Neste verão os turistas e veranistas ainda terão de conviver com o engarramento de veículos à altura do cajueiro de Pirangi do Norte e em outras praias ao sul de Natal, mas o Departamento Estadual de Estradas de Rodagens (DER-RN) já tem pronto um projeto para desafogar o trânsito pelo entorno do cajueiro, com o desvio do fluxo de veículos por três ruas de outro quarteirão pelo bairro praiano de Parnamirim.
O diretor geral do DER, Jáder Torres, explicou que as obras não terão um custo alto, porque o projeto já foi incluído numa licitação anterior feita para a construção do binário de Pirangi. “Mas esta não será uma solução definitiva para o problema do trânsito, que não é só do cajueiro, que continua avançando”, disse ele.
Jáder Torres explicou que o DER também vai construir rodovias de acesso as outras praias e lagoas no litoral sul de Natal, entre as praias de Búzios e Barreta, no município de Nísia Floresta, obras a serem financiadas com recursos do Programa de Desenvolvimento do Turismo do Nordeste (Prodetur).
Com relação ao projeto de engenharia de trânsito em volta do cajueiro de Pirangi, Torres explicou que será implantado um desvio do fluxo de veículos na rua São Sebastião, no sentido de quem vai de Natal para Pirangi: os carros entrarão à direita, na altura da rua Alaída David Rodrigues e, em seguida, continuarão pela esquerda a partir da rua José Cassimiro da Rocha, por onde entrarão de novo, à direita, na rua Pedro Moura, até a intersecção com a avenida Márcio Marinho, onde o tráfego passa a ser de mão dupla devido o vai e vem de veículos das praias de Pirangi do Sul, Pirambúzios, Búzios, Tabatinga, Camurupim e Barreta.
Segundo ele, o impasse para o início das obras, que incluem a pavimentação a asfalto da rua Alaíde Davi Rodrigues, que já é calçada a paralelepípedo, e das outras ruas, que são de barro, e ondem existe loteamento irregular cuja solução deve partir do município de Parnamirim.
Ele ainda explicou que outras soluções para o caso do cajueiro de Pirangi, devem ser discutidas com a área de turismo do governo estadual, pelo atrativo que ele se tornou para os visitantes estrangeiros e de outros estados, pois pelo que Torres ouviu falar “é o segundo maior destino turístico”, só perdendo para o Forte dos Reis Magos, em Natal.
Secretaria de Turismo e DER discutem projeto
O secretário estadual de Turismo, Fernando Fernandes, confirmou que existe um projeto alternativo para o problema do avanço do cajueiro de Pirangi sobre as duas pistas da RN-063.
Como passou a semana envolvido na questão do projeto de candidatura de Natal para sub-sede para jogos da Copa do Mundo de 2014, ele disse que deverá conversar esta semana com o diretor geral do DER, Jáder Correia e ainda com o diretor presidente da Datanorte, Genildo Pereira, para discutir o problema do cajueiro, cuja área pertence a Datanorte.
“Como o cajueiro é um atrativo turístico, isso nos interessa”, disse Fernandes, ao explicar que aquele projeto foi elaborado pelo arquiteto Haroldo Maranhão, a pedido dos responsáveis pela administração do cajueiro: “Não é um projeto do governo”.
Segundo Fernandes, esse projeto foi apresentado no ano passado e prevê uma limitação ao crescimento do cajueiro, criando-se um tipo de cerca mais alta, que subiria como um “caramanchão”, um mirante circulando toda a árvore, de onde as pessoas teriam uma noção do seu tamanho”.
Fernandes admitiu que um projeto alternativo passa pela limitação física do cajueiro, que não pode avançar mais, diante das casas construídas em sua volta. Ele explicou que a Setur vai atrás de parceiros para encontrar uma solução, mas deixa a entender que a desapropriação das casas é praticamente inviável – “quem seria os responsáveis?”
O secretário de Turismo confirma que o cajueiro de Pirangi é um dos três maiores atrativos turísticos do Rio Grande do Norte, além do Forte dos Reis Magos e das Dunas de Jenipabu. Ele estima que o cajueiro recebe, na alta estação, uma visita semanal de mais de cinco mil turistas, somente com os vôos da CVC, afora as outras operadoras turístias e os 100 ônibus por semana que transportam turistas até o cajueiro. Para ela, tem de haver um bom senso nessa questão do cajueiro, partindo da premissa que “a cidade só é boa para o turismo, se também é boa para quem nela vive”.
Ele levanta a questão, inclusive, que se o cajueiro deixa de servir para o lazer e passa a ser um problema, tem de ser encontrada uma solução que contemple a todos.