Em meio à dor e ao silêncio, só interrompido por ocorrências mais dramáticas que chegam à mídia, os brasileiros enfrentam em seu cotidiano a crueza repetida dos acidentes de trânsito. Diante desse quadro, o Dia Nacional do Trânsito, celebrado nesta quinta-feira (25), entra para o calendário de eventos para favorecer práticas mais seguras ao volante e na circulação de pedestres, objetivo de diversos projetos de lei de iniciativa de senadores.
Entre as propostas em andamento, dez foram apresentadas em 2008 e trazem diferentes contribuições para um cenário menos violento do que o atual. Uma das idéias é obrigar os fabricantes a incluírem novos itens de segurança nos veículos. Três projetos estão focados num único problema: os efeitos nefastos da combinação entre álcool e direção. Como saída, os autores propõem medidas mais rigorosas contra esse tipo de crime e até a perda do veículo no caso de infratores reincidentes.
Vale mencionar, de início, a proposta que tem como finalidade o reconhecimento oficial, no Brasil, da data de 23 de setembro como o Dia Mundial em Memória das Vítimas do Trânsito. Defendido pelo senador Gerson Camata (PMDB-ES), o projeto (PLS 267/08) busca materializar no país uma recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) aos países-membros, emanada em resolução de 2005. Pronto para votação, o texto tramita na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), com recomendação favorável do relator, senador Renato Casagrande (PSB-ES).
Camata menciona 327.469 mortes em acidentes de trânsito no Brasil, nos últimos dez anos. Citado pelo senador, estudo do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Coppead), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostra o país em posição bastante desconfortável em relação a outros países quanto a acidentes de trânsito. Aqui, contando somente as rodovias federais, a taxa de óbitos por mil quilômetros de estrada é de 106,8. A mesma comparação produz uma taxa de 10,1 mortes na Itália, 10,5 na Alemanha e 6,6 nos Estados Unidos.