A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, comentou ontem, dia 28, a crítica de que o governo “jogou dinheiro na sarjeta” na Operação Tapa-Buracos, feita pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, na semana passada.
Após dar palestra em seminário sobre infra-estrutura de transportes, na sede do TCU, em Brasília, Dilma afirmou que “o governo repudia” tal opinião e que o tribunal precisa “provar que nós jogamos dinheiro fora”.
A ministra disse, ainda, que era preciso ver as condições das estradas antes e depois da operação, “e não ficar apenas contando buraco”. A operação de pavimentação de estradas federais foi realizada no primeiro semestre deste ano, e criticada por suposta ineficiência e oportunismo eleitoral.
“Respeitamos a opinião do ministro, mas não concordamos. É inequívoco que está melhor [a situação das estradas] do que no ano passado. Agora, se você quiser achar buraco em 24 mil quilômetros de estradas, eu te asseguro que vai achar”, declarou Dilma.
A ministra assinalou, também, que agora o governo tem mais tempo para planejar a recuperação das rodovias brasileiras, sem precisar recorrer a medidas emergenciais.
Augusto Nardes não quis polemizar com a ministra, mas disse que “faltou planejamento na operação”. Segundo ele, a improvisação acabou levando à “morte de pessoas e queda de pontes”.
O ministro acrescentou: “O que queremos agora é chamar o governo para que faça uma planificação para os próximos quatro anos, para evitar improvisos. O TCU deseja que haja planejamento para evitar mais perdas, não só de vidas, mas de grãos nas sarjetas das estradas mal cuidadas do nosso país”.