Até o momento, não se sabe quem assume a superintendência do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes no Ceará (Dnit-CE). Em nota, a direção geral do Dnit, com sede em Brasília, informa que enviou ao Ceará representantes da Procuradoria Geral Especializada do órgão para obterem mais informações sobre a operação “Mão Dupla”, da Polícia Federal (PF), em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU), deflagrada na manhã de quinta-feira.


De acordo com a PF, a operação investiga desvio de verba em obras públicas. Só no Ceará já foram presas 19 pessoas, entre elas, o superintendente do Dnit-CE, o engenheiro civil Guedes Neto. Dos 19 mandados de prisão já cumpridos no Estado, 18 foram de prisão temporária e um de prisão preventiva. A maior parte dos servidores denunciados pela PF foi afastada imediatamente dos cargos. Foram apreendidos ainda dinheiro, documentos, material de informática e veículo. Além disso, a PF sequestrou bens imóveis. As demais prisões foram efetuadas no Amazonas (1), na Bahia (1), no Pará (1), em Pernambuco (1) e na Paraíba (1). Ao todo, 24 pessoas foram presas.

Por meio de nota, a direção geral do Dnit informa que não irá se manifestar sobre o assunto antes de receber mais informações sobre a investigação. Por isso, não informou ainda sobre o andamento das obras já iniciadas no Ceará, se terão continuidade ou se serão suspensas. Conforme a nota, o Dnit trabalha em conjunto com os órgãos de controle do Governo Federal como a CGU e o Tribunal de Contas da União (TCU), garantindo o máximo de transparência a todas as suas ações.

Prisões no Ceará

Das 19 pessoas presas no Ceará, duas foram encaminhadas para o Batalhão do Corpo de Bombeiros, duas para o Quartel Central da Polícia Militar e as outras 15 estão na Superintendência da PF no Ceará. A nota da Polícia Federal informa ainda que duas das prisões temporárias ocorridas no Ceará já foram revogadas.

Segundo informações da PF, publicadas ontem no jornal O Povo, a investigação de atividades do Dnit, que começou em abril do ano passado a partir de denúncias do Tribunal de Contas da União (TCU), reuniu “provas robustas” do desvio de R$ 5 milhões. O montante teria sido subtraído das verbas de construção de quatro obras: as pontes sobre o Rio Jaguaribe e da Sabiaguaba; as intervenções na BR 116 (km 0 ao 12) e a revitalização de trechos da BR 020.

A CGU informou que pelo menos duas dessas quatro obras receberam verba diretamente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As investigações apuraram ainda o uso de material de má qualidade nas obras periciadas.