Durante a 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, Margareth Chan disse que países precisam criar suas próprias metas para redução das mortes

Aumentar o número de países que possuam legislação adequada e estabelecer metas locais para redução dos acidentes de trânsito, de forma a garantir a proteção a parcelas maiores da população mundial, são alguns dos principais desafios da Organização Mundial de Saúde (OMS) nos próximos cinco anos, segundo a diretora-geral Margareth Chan. Durante painel que discutiu o Desenvolvimento de Metas e Indicadores para a Segurança no Trânsito, Chan defendeu um maior comprometimento dos países com o tema.

Ao fazer um balanço das ações já adotadas, e debater sobre o que se pode fazer a seguir para atingir a meta de redução à metade do número de mortes no trânsito até 2020, Chan destacou que será importante obter maior comprometimento dos governos com metas mais específicas de prevenção a acidentes viários.

“Precisamos criar metas com ações com melhor retorno e novas fontes de investimento”, disse Chan, enfatizando a questão da adoção de regras mais rígidas, como redução de limites de velocidade e contra a direção de veículos sob efeito de bebida alcoólica. Apenas 25 países, e o Brasil é um deles, adotam tolerância zero para o consumo de álcool por motoristas.

Durante as discussões, participantes destacaram que serão necessárias ações conjuntas de governos, entidades e representantes da sociedade civil para atingir a meta ambiciosa de redução pela metade o número de vítimas do trânsito. Uma vez que a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê aumento de 30% nos acidentes fatais provocados por veículos, até 2030, caso nada seja feito. Todos os anos, o trânsito mata cerca de 1,25 milhão de pessoas e fere cerca de 50 milhões.

Dados da OMS apontam também que entre os países parceiros de medidas preventivas no trânsito, 79 reduziram número de mortes, enquanto em 68 houve aumento. Sendo que a população infantil e de jovens de até 29 anos forma o maior contingente de vítimas junto com pedestres e ciclistas.

Para especialistas presentes ao evento, a ação governamental faz a diferença para redução dos riscos de mortes e lesões no trânsito. Daí a ênfase da OMS em convocar mais países a criar legislação, fiscalização e fortalecer o gerenciamento da segurança no trânsito. Atualmente, somente 7% da população mundial (28 países) está protegida por leis de trânsito adequadas, que preveem obrigatoriedade do uso de capacetes, cintos de segurança e dispositivos de proteção para crianças nos veículos, proibição de dirigir sob os efeitos do álcool, controle de velocidade e vedação ao uso de celulares ao volante, incluindo o envio de mensagens de texto. O Brasil está entre esses países.

Investimentos em infraestrutura, para vias mais seguras, mais transporte público; novas tecnologias para transportes mais sustentáveis e seguros; ações que ampliem a mobilidade e adoção de políticas transparentes com propaganda que amplie a conscientização sobre os riscos e malefícios do trânsito estão entre as recomendações. A preocupação é estendida ao fortalecimento de serviços e equipamentos de socorro e reabilitação pós-acidentes, com melhoria das políticas de saúde e ações focadas na redução do alto custo que acidentes de trânsito geram em todo o mundo (US$ 1,85 trilhão).

Fonte: Da Agência Saúde