Duas pessoas feridas no acidente da noite de quinta-feira (4) na ERS-404, entre Rondinha e Sarandi, no Norte do Rio Grande do Sul, permanecem internadas em hospitais da região. Em Passo Fundo, um jovem segue na CTI do Hospital São Vicente de Paulo em estado grave. Ele passou por cirurgia. Em Carazinho outro sobrevivente está em estado regular na UTI do Hospital de Caridade de Carazinho. Seis pessoas morreram na colisão entre uma carreta e um ônibus e sete ficaram feridos.
As vítimas foram veladas coletivamente na tarde de sexta-feira (5) na Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Rondinha. O sepultamento ocorreu por volta das 18h.
O prefeito de Rondinha, Ezequiel Pasquetti, decretou luto oficial de três dias, a partir de sexta-feira. Todas as escolas da cidade de 5 mil habitantes foram fechadas, e os serviços municipais suspensos. Apenas um plantão da Secretaria da Saúde funcionou.
O acidente ocorreu na ERS-404, após uma carreta tombar em uma curva atingindo o ônibus que transportava funcionários de empresa. Todas as noites, eles faziam o trajeto de 14 quilômetros até Sarandi para trabalhar em uma transportadora. O motorista tinha 40 anos e os passageiros mortos tinham entre 22 e 31 anos.
A Polícia Civil de Rondinha investiga o caso ouve testemunhas. Uma das principais delas, o motorista do caminhão, de 26 anos, prestou depoimento na sexta e foi liberado. Segundo o delegado Edson Cezimbra, não havia motivos para que o homem de 26 anos fosse autuado em flagrante ou ficasse preso.
“Ele disse que estava no sentido Sarandi-Rondinha e, depois da ponte, disse que fez a curva um pouco aberta. Em seguida viu que vinha um ônibus no sentido contrário, disse que se assustou, deu uma puxada no volante para a direita, e a carreta tombou. Depois ele disse que não deu nem tempo de pensar muito no que aconteceu”, relatou o delegado ao G1 após ouvir o motorista.
Ainda de acordo com o delegado, o homem disse que trabalha há seis anos dirigindo caminhões. Ele é natural de Guatambu, em Santa Catarina, mas mora em Chapecó, no mesmo estado. O caminhoneiro também relatou que foi o primeiro acidente com vítimas fatais em que se envolveu.
No trecho da rodovia onde os veículos se encontraram, há uma curva. O delegado diz que ainda não tem como afirmar se a carreta estava acima da velocidade. “Segundo ele, estava a uma velocidade em torno de 60 km/h”. Também conforme o delegado Cezimbra, o disco de tacógrafo do veículo não foi encontrado no local do acidente, e a polícia aguarda o recebimento do equipamento.
O motorista foi levado para um hospital após o choque, recebeu atendimento e foi liberado. Não foi aplicado o teste de bafômetro. Segundo o delegado, o caminhoneiro tomou a iniciativa de solicitar exame de sangue para comprovar que não hava ingerido bebida alcoólica antes de dirigir.
O destino do motorista era Belém, no Pará. Ele transportava uma carga de salsichas. O veículo havia sido carregado em São Luiz Gonzaga, na Região das Missões no Rio Grande do Sul, e o condutor afirmou ao delegado que já havia realizado duas paradas: em Ijuí e em Sarandi. “Não houve necessidade de flagrante, ou de mantê-lo preso. Ele colaborou e segue colaborando com a investigação”, resumiu Cezimbra, que seguirá no comando da investigação.
O acidente
Por enquanto a polícia trabalha com os vestígios deixados pelo acidente no local. Pela análise preliminar, a carreta descia a ERS-404, no quilômetro sete, quando o motorista perdeu o controle e tombou. O ônibus, que vinha no sentido contrário, com trabalhadores da transportadora São Miguel, acabou se envolvendo na colisão. O grupo de cinco funcionários que estava no coletivo trabalhava no setor de carga e descarga do centro de distribuição da filial da empresa de Santa Catarina em Sarandi. Também morreu o motorista do ônibus, totalizando seis vítimas.
Vítimas fatais do acidente
Gregui Alberto Finato: 24 anos
Fernando Braga: 22 anos
Moisés Juriati: 31 anos
Vanderlei Goppinger: 29 anos
Rober de Bona: 28 anos
Geferson Bertuol (motorista): 40 anos
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