Pedestres correm risco para atravessar nas rodovias brasileiras

Os números são da Seguradora Líder, responsável pela administração do DPVAT. Dados que servem de alerta para entendermos que precisamos proteger os mais frágeis no trânsito. Os pedestres representam 29% das indenizações pagas pelo seguro que visa amparar vítimas de trânsito e seu familiares.

Os dados não revelam a condição social mas a experiência e bom senso indicam que são majoritariamente pessoas humildes. Muitos perdem a vida inclusive quando caminham nas calçadas, atingidos por motoristas irresponsáveis.

Nas rodovias a situação é ainda mais dramática, já que estrada costuma ser a principal avenida da maioria das cidades do interior. Muitos brasileiros vivem de um lado da rodovia e trabalham, estudam, do outro.

Radares são desligados para beneficiar os condutores mas não oferecem aos pedestres alternativa para atravessar. A maior velocidade permitida nas rodovias aumenta o risco de morte. Na área urbana não é diferente.

Segundo o Observatório de Segurança Viária da Espanha se um carro trafega a 30 km/h, 30% dos atropelados saem ilesos, 5% morrem e 65% ficam feridos. Já a 50 km/h, somente 5% saem ilesos, 45% morrem e 55% ficam feridos.

Numa colisão a 65 km/h, ninguém sai ileso, 85% morrem e 15% ficam feridos. Se o carro trafega a 80 km/h ou mais, ninguém sai ileso e (praticamente) 100% morrem.

No último sábado, foi o Dia Mundial do Pedestre, data que não é celebrada, pelos mais pobres que correm risco diariamente. Principalmente as crianças que muitas vezes caminham sozinhas e assustadas para a escola. Os pais sofrem com isso mas não podem acompanhá-las já que precisam lutar para sustentar a família.

Por isso, quem tem condições de ser motorista, dirigindo o próprio veículo ou até mesmo trabalhando para terceiros, precisa ter mais carinho e cuidado com os pedestres. Alguns pedestres abusam, é verdade. Correm risco desnecessariamente mas representam o lado mais frágil da sociedade.

Nosso olhar para os pedestres tem que ser humano. Sim, porque as vezes perdemos um pouco da nossa humanidade quando nos confundimos com a máquina. Independente da nossa condição social, do nosso carro de luxo, em muitos momentos das nossas vidas somos pedestres, somos todos iguais.

Portanto, ao dirigir, tome o mesmo cuidado com os pedestres que gostaria que outros condutores tivessem ao passar próximo de uma criança da sua família. Não atropele a vida.

Rodolfo Rizzotto – Coordenador do SOS Estradas