O educador, como gostava de ser reconhecido, Wellington da Silva Neiva, 44, morreu no início da madrugada de ontem ao se envolver em um acidente de trânsito na PR-323.
Segundo o plantonista do Posto da Polícia Rodoviária de Cruzeiro do Oeste, cabo Edson Martins Ferreira, o Versailles bordô, placas ALO-1928, de Cruzeiro do Oeste, conduzido por Wellington, colidiu contra um dos eixos traseiros do caminhão Mercedes-Benz L 1620, placas AMO-2599, de Matelândia, que era dirigido por Leucir José Parizotto, 32.
Sozinho, Wellington seguia para Cruzeiro onde morava, enquanto o caminhão trafegava em direção a Umuarama. O choque ocorreu a cerca de 200 metros do posto policial. O educador teve morte instantânea.
Em depoimento, Parizotto contou que retomava a velocidade após passar pelo posto policial quando percebeu que um carro mudou a trajetória enquanto contornava a curva. “Foi muito rápido. O carro invadiu a minha pista. Tirei a cabine, mesmo assim não deu para evitar a batida”, lamentou e complementou: “Na hora não chovia, mas a pista estava molhada e com neblina”.
João Teza, perito da 7ª Subdivisão Policial, descarta a hipótese de excesso de velocidade e acredita que ele tenha perdido a direção ao sentir algum desconforto. “Não há sinais de frenagem do carro. Pelo que sabemos, dias antes ele havia desmaiado por conta da fragilidade de sua saúde. Isso pode ter ocorrido novamente”, sugeriu.
O agente de perícia oficial do Instituto Médico Legal (IML), da 7ª Subdivisão Policial, José Roberto de Avis, o Betinho revelou que, tecnicamente, a morte de Wellington foi causada por uma fratura raquimedular. “A vítima apresentava ferimento profundo sobre o olho. No entanto, o que lhe tirou a vida foi a fratura na coluna cervical (quebra de pescoço) provocada pelo impacto da colisão”, explicou.

Duplicar é preciso
Os policiais rodoviários alertam para que os motoristas que trafegam pela PR-323, diminuam ainda mais a velocidade em caso de chuva, pois apesar de parecer bom o piso tem ondulações que podem dificultar a condução. Durante as chuvas partes da rodovia ficam submersas o que tende a facilitar a aqüaplanagem de veículos leves que trafegam em velocidade superior a 60 quilômetros horários.
Apesar das adversidades climáticas os especialistas apontam o excesso de veículos como fator que condiciona a PR como uma espécie de corredor da morte . Só este ano mais de 30 pessoas morreram em trânsito pela pista.
A 323 consiste no principal elo entre os estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul. O tráfego de caminhões é intenso porque a via é rota de transportadores que seguem ao porto de Paranaguá e é a ligação mais rápida, entre o Noroeste paranaense e o estado de São Paulo. Para amenizar o problema só com duplicação.