A principal ligação do Sudeste com o Sul do país, está privatizada desde 2008. De São Paulo a Curitiba, são seis pedágios. A estrada é responsável pelo escoamento de boa parte dos produtos do Mercosul. Motoristas de ônibus e caminhões, responsáveis por 70% do movimento da estrada, temem trafegar, principalmente, na serra do Cafezal, em São Paulo, último trecho a espera da duplicação.
Ali, ocorreu o exemplo dos acidentes terríveis que acontecem aqui no trecho ainda não duplicado da rodovia. O motorista de um caminhão estava voltando para o Uruguai. Para evitar bater de frente com um caminhão que vinha na contramão, ele acabou batendo de lado em um outro caminhão, cujo motorista acabou perdendo o braço no acidente.
Jorge voltou para Porto Alegre, depois de ser operado em São Paulo. “Quantas famílias mais vão ter que chorar a tragédia ali? É isso que eu acho que teria que ter um pouco mais de atenção naquele trecho do cafezal”, questiona o caminhoneiro Jorge Aurélio Nantes.
O trecho onde a maioria das tragédias acontece tem apenas 15 quilômetros, mas a duplicação não sai. A empresa, OHL, que desde 2008 é responsável pela rodovia, pediu prazo maior, serão pelo menos mais quatro meses para entregar o projeto de duplicação ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O Instituto do Meio Ambiente também terá seu tempo para decidir.
“Assim que recebermos esse projeto executivo discriminando, exatamente, o que é a obra, nós vamos, em 75 dias, dar o nosso laudo”, diz a diretora do Ibama Gisela Forattini .
O ano já terá terminado, e a novela da duplicação, não. A repórter relembra que noticiou o assunto há 14 anos, no Jornal Nacional, um dos capítulos da longa história, quando a obra chegou a parar por causa de papagaios. Papagaios do peito roxo uma espécie em extinção. Eles moram em cima das árvores e estão em fase de acasalamento. Filhotes. Uma lua de mel que não pode ser interrompida.
Já houve os papagaios, a falta de verbas. Agora, o prazo é 2013. Por contrato, até lá, a Régis Bittencourt deve estar duplicada. Tempo demais para quem corre risco diariamente ou já se transformou em vítima.
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