Uma empresária que costumeiramente trafega no trecho Boa Vista/ Manaus, pela BR-174, procurou a Folha ontem e denunciou que na semana passada, quando vinha para Boa Vista, teve o carro apedrejado e flechado por índios Waimi-Atroari, na divisa com o Amazonas. Disse que estava com a mãe, um filho pequeno e uma amiga no carro e ficaram apavorados com a ação dos índios.

Com medo de represálias, ela pediu para não ter o nome revelado nem o seu carro identificado.

Contou que seguia normalmente pela pista, inclusive passando por índios que andavam na beira da rodovia, quando num certo trecho avistou à frente uma cena incomum.

Ao se aproximar constatou que índios vestidos com calções e armados com arco e flechas e terçado estavam na pista. Ao passo que chegava mais perto, os índios acenavam com a mão para que parasse e diminuísse a velocidade do carro. Foi quando ela fechou os vidros do veículo.

Os índios estavam no meio da pista e, segundo ela, eram pelo menos 25. Eles fizeram uma espécie de funil e, quando perceberam que não ia parar, começaram a bater no carro. Depois jogaram pedras e atiraram flechas acertando o pára-choque.

Seus familiares ficaram em desespero dentro do veículo, tendo a amiga desmaiado. A empresária disse que continuou a viagem e, olhando pelo retrovisor, viu que o motorista de um caminhão
que vinha atrás de seu carro não escapou do cerco e parou para os índios.

Depois que saiu da reserva, ela procurou a polícia no posto fiscal do 500 e foi orientada a ir ao posto da Funai que fica próximo. Nesse local, uma mulher que a atendeu disse que nada poderia fazer e que o responsável não estava.

A empresária veio para Boa Vista e também foi à administração da Funai e mais uma vez a resposta obtida era que não podiam fazer nada, já que os índios são do lado amazonense. Ela disse que estava revoltada com a situação e explicou que está com medo de voltar a percorrer a rodovia.