Em vez de garantir segurança, uma operação conjunta da Brigada Militar (BM) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) deixou um empresário na mira de bandidos. Trancado no congestionamento gerado por uma blitz na BR-116, Carlos Augusto Vidor, 29 anos, foi abordado com facilidade por cerca de cinco homens armados. O rendimento de um dia de trabalho foi levado. – Na melhor das hipóteses, fui apenas eu assaltado. Mas nada impedia que eles atacassem outros motoristas. Na meu lado, havia um carro com apenas uma mulher e uma criança. Imagina o perigo. Levaram R$ 2 mil, a féria do dia da minha farmácia. E agora? Quem é o responsável? – questionou ontem, indignado com o ataque. Foi às 22h que a blitz começou, pouco depois da ponte sobre o Rio Gravataí, sentido Capital-Canoas.

A intenção das polícias era nobre: coibir os constantes ataques a ônibus no trecho. Para isso, a BM se associou à PRF para poder atuar na sua área, a rodovia. Mas o local escolhido se mostrou uma armadilha. Vítima diz ter ligado para o telefone de emergência A tranqueira alcançou o Aeroporto Internacional Salgado Filho, pela BR-116, e a Vila Areia, pela freeway (BR-290). No trecho em que Vidor ficou parado, nenhuma iluminação. A escuridão total e os veículos parados começaram a atrair movimento suspeito. Ele afirma que ligou várias vezes para o telefone 191, da PRF, avisando que havia risco de assalto.

Do outro lado da linha, lembra que não teve resposta alentadora, deveria esperar. Foram 45 minutos que ele perdeu no trecho, tentando voltar para casa, em Canoas. Sua caminhonete Dodge acabou ganhando a preferência dos bandidos. Eles mandaram abrir o vidro e pediram dinheiro. Depois, sumiram na escuridão. Na blitz, foram vistoriadas 180 motos, 620 carros e 20 ônibus. Nove multas foram aplicadas, e cinco veículos, recolhidos por problemas na documentação. A operação terminou por volta das 23h45min.