O engenheiro Rodrigo Yuho Kondo, de 26 anos, foi encontrado morto na noite de ontem na marginal da Via Anhangüera, na altura do Km 81, próximo ao pedágio de Valinhos, na pista sentido interior-Capital. Ele foi achado por funcionários da AutoBAn ainda dentro do seu carro, um Astra prata, com uma marca de tiro na orelha esquerda.
O crime aconteceu por volta das 19h de quinta-feira, segundo o boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Valinhos. No carro foram encontrados ainda um lap top, mochila, carteira e relógio da vítima. Só foram levados o celular e uma bolsa. Não havia marcas de arrombamento, o que leva a polícia a crer que ele foi abordado pouco depois de sair do trabalho, no bairro Macuco. No momento do tiro, Rodrigo era levado como refém, pois estava no banco de passageiro.
O delegado Humberto Parro Neto trabalha com as hipóteses de tentativa de assalto e assassinato. “Era uma pessoa idônea e trabalhadora, por isso não devia ter desafetos”, disse o delegado Humberto Parro Neto. A polícia ainda não tem pista dos culpados e nem sabe o número de criminosos que participaram da ação. Familiares e amigos do engenheiro serão chamados para tentar ajudar nas investigações.
Rodrigo vivia um momento feliz. Formado em engenharia mecânica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ele cursava o último ano da pós-graduação pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo informações de amigos, confirmadas por uma nota interna de pesar, no dia do crime ele teria sido promovido na multinacional Eaton, onde trabalhava desde janeiro de 2005, cuja sede fica a poucos metros do local do crime. “Ele era um cara muito inteligente e amigo. Conhecia ele há muito tempo e nunca achei que isso pudesse acontecer”, disse um amigo. O engenheiro morava na Vila São Paulo, em Campinas, com um amigo e a irmã. A mãe de Rodrigo teve que voltar às pressas do Japão, onde visitava a família, para participar do funeral. O velório será realizado na próxima segunda-feira, no Cemitério das Aléias, em Campinas.
A delegacia de Valinhos teve registrados, apenas em julho, de 19 ocorrências de assaltos na região do bairro Macuco, onde fica a empresa. Segundo pessoas ligadas a Rodrigo, ele já havia comentado sobre a onda de assaltos a funcionários. A empresa, inclusive, teria dado orientação sobre algumas vias perigosas nas redondezas. Até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa da multinacional não havia dado qualquer declaração oficial sobre o crime.
A multinacional, que na unidade de Valinhos emprega cerca de 2,3 mil funcionários e fabrica transmissões mecânicas para veículos automotores, segundo o site da empresa, se prontificou a prestar toda a assistência à família.