O Diretor da PRF, Renato Borges Dias anuncia o aumento do efetivo

Marcando a passagem do decênio de sua fundação, a TRÂNSITO AMIGO – Associação de Parentes, Amigos e Vítimas de Trânsito – promoveu, no último dia 21 de novembro, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, o seminário O PAPEL DA SOCIEDADE NA REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO, com a presença de autoridades, técnicos, especialistas e vítimas de trânsito. Na oportunidade personalidades e representantes da classe empresarial e do setor governamental debateram suas opiniões e experiências, ouvindo da platéia, predominantemente constituída por vítimas de trânsito e seus familiares, o que a sociedade civil espera das autoridades e dos demais segmentos envolvidos com o trânsito.
Os destaques foram as manifestações do o Diretor Geral da Polícia Rodoviária Federal, Inspetor Renato Dias; Deputado Federal Hugo Leal, o mais atuante parlamentar brasileiro nas questões que envolvem trânsito e transporte;  o Presidente do Instituto de Tecnologia para o Trânsito Seguro, empresário Marcio Liberbaum e o presidente da TRÂNSITO AMIGO, Engenheiro Fernando Diniz.

REFORÇO DO POLICIAMENTO NAS RODOVIAS
Renato Dias, Diretor Geral do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, órgão do Ministério da Segurança Pública responsável por mais de 60 mil quilômetros de rodovias no país, destacou a criatividade e a atuação da corporação para superar as limitações de recursos e de pessoal para garantir o máximo de segurança e proteção aos usuários das estradas. Revelou, em primeira mão, que uma iniciativa de sua gestão já foi aprovada e, em breve, policiais rodoviários destacados para funções administrativas e até aposentados, possam cumprir plantões de fiscalização em feriados e outras datas especiais, ampliando assim a cobertura e o alcance da PRF.
Outra novidade mencionada pelo diretor da PRF foi a criação de um museu da PRF que completou neste ano 90 anos de existência. Seria um registro histórico da evolução do transporte rodoviário do país, da atuação da corporação ao longo de todo esse tempo, que nasceu com a denominação de Polícia das Estradas, e com um espaço exclusivo destinado a tratar da violência do trânsito, suas consequências e soluções, para o qual a TRÂNSITOAMIG0 e as demais entidades de vítimas de trânsito, foram convidadas a colaborar.
AGÊNCIA DE SEGURANÇA VIÁRIA
O Deputado Hugo Leal, que preside a Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro e a Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Rodoviária Federal, destacou a importância da atuação popular, de forma organizada e efetiva, para as conquistas da sociedade que, muitas vezes, acelera e redireciona todo o sistema institucional. “A sociedade civil já vem tendo um papel fundamental na segurança viária, por meio das ações de conscientização e pela contribuição no processo legal e normativo. E terá uma função importantíssima de fiscalização do Executivo com a implantação do Plano Nacional de Redução das Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans) que estabelece metas de redução de acidentes para estados, municípios e União. Esse Plano, instituído por lei, é o instrumento adequado para o legislativo, as entidades civis, assim com o próprio cidadão na sua condição individual, começar a cobrar de cada autoridade a sua responsabilidade na redução da violência no trânsito.
Na opinião do parlamentar fluminense, as graves consequências de um trânsito mal planejado e violento sempre foi negligenciado e os acidentes decorrentes dessa omissão considerados como inevitáveis e até naturais. Sendo um sistema nacional, com envolvimento de centenas de órgão públicos de todas as esferas de poder, Hugo Leal comparou o trânsito a um cachorro que por ter muitos donos, acaba morrendo de fome porque todos acham que o outro já o alimentou.
Em sua opinião, o trânsito no Brasil carece de agência nacional de segurança viária como já acontece em países mais avançados e em alguns vizinhos, e é recomendação da ONU para coordenar todos esses esforços para reduzir as mortes no trânsito.

TRIPÉ CAPENGA
O anfitrião do evento, Fernando Diniz, presidente da TRÂNSITO AMIGO, reforçou a opinião do deputado Hugo Leal sobre o desprezo que o assunto recebe das autoridades e da necessidade de criação de um órgão autônomo e competente para fazer a complexa gestão do Sistema Nacional de Trânsito.
Diniz lembrou que, no caso dos acidentes de trânsito, há absoluta necessidade do perfeito equilíbrio entre três iniciativas do poder público: legislação adequada e atualizada, fiscalização eficiente e punições severas e céleres. “No caso brasileiro, O Código de Trânsito até atende os requisitos de atualidade, com frequentes ajustes que acompanham a evolução do setor. Já a fiscalização que compete ao poder executivo e, principalmente, a punição, de competência do poder judiciário, são precárias e lentas”, afirmou Fernando Diniz.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Marcio Liberbaum, presidente do Instituto de Tecnologia para o Trânsito Seguro, associação que congrega várias empresas dedicadas à aplicação do que há de mais moderno na gestão e segurança do trânsito, defendeu os legítimos interesses de quem investe pesado em inovação e qualidade de vida para a sociedade e que, por isso mesmo, tem como valor agregado ações de responsabilidade social. Cabe às empresas, como parte produtiva da sociedade, também cobrar eficiência e compromisso do poder público, de forma a atender os direitos da população.