O presidente da Associação de Usuários de Rodovias Concedidas (Assurcon), Juarez Colombo, disse que a entidade é contrária ao atual modelo de pedágios implantado no Estado. “Estamos descontentes com esse sistema, que traz pouco benefício à sociedade. A relação custo-benefício prejudica o usuário”, afirmou. “Grande parte do que é pago não é aplicado em obras nas rodovias.”
Colombo discorda que esse seja o único modelo viável de manutenção das estradas. Para ele, o ideal são os pedágios comunitários, administrados pelo próprio Daer e fiscalizados pela sociedade por meio dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes).
O presidente citou como exemplo o pedágio comunitário de Portão que, além de ter uma tarifa 50% menor que a dos concedidos, arrecadou R$ 11 milhões e investiu R$ 8 milhões em um ano. “Nesse sistema, até 80% da receita é reinvestida, enquanto nos privados esse número fica numa média de 20%.” As empresas concessionárias rebatem, afirmando que esse modelo não gera receita aos municípios, que ganham por intermédio dos impostos. Além disso, alegam que os comunitários não prestam os mesmos serviços das empresas privadas.
O diretor da Santa Cruz Rodovias, Luiz Eduardo Fonseca, diz que o posto de Portão foi colocado com o intuito de duplicar uma rodovia. “Mas em 30 anos foram feitos só 20 quilômetros e isso que são 10,5 mil veículos por dia, mais do que os nossos três pedágios juntos.” Além disso, conforme Fonseca, lá o sistema é unidirecional, ou seja, o usuário só paga a ida. “É injusto, porque quem só vai acaba pagando pelos que vão e voltam pelo mesmo trecho.”