O deputado Judson Cabral (PT) disse, durante a sessão de ontem, que na condição de presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, recebeu um documento subscrito por mais de 20 entidades sociais manifestando descontentamento com a interrupção de vias públicas, especialmente das rodovias, promovida por alguns movimentos sociais. De acordo com o petista, essas entidades cobram o cumprimento do que determina a Constituição Federal no que diz respeito ao direito de ir e vir do cidadão.
Associando-se à cobrança das entidades, Cabral disse defender a causa dos movimentos sociais, mas não concorda com os excessos por eles praticados, a exemplo do bloqueio das rodovias. “Eu defendo a causa da reforma agrária e entendo como legítima a sua luta. Mas não me associo aos excessos. Discordo quando partem para saques ou quando, indevidamente, bloqueiam as estradas sem a devida justificativa”, disse o parlamentar, admitindo que há excessos e exageros, e que vai levar o documento para apreciação da Comissão de Direitos Humanos.
O deputado João Beltrão (PMN), em aparte, se associou à fala do companheiro de plenário. Ele disse que os movimentos sociais são necessários. No entanto, discordou dos bloqueios das rodovias e vias públicas. Além disso, responsabilizou o governo do Estado pela falta de controle durante essas ações.
O presidente da Casa, deputado Fernando Toledo (PSDB), também foi solidário ao pronunciamento de Judson Cabral. Toledo classificou o trancamento das rodovias como “verdadeiro abuso”. “Reconheço que as demandas sociais são muito importantes, mas é preciso respeitarm, sobretudo, o que reza a Constituição, o direito de ir vir. Há no Estado de Alagoas um verdadeiro abuso com relação a essa questão de fechamento das estradas”, argumentou o chefe do Legislativo.