A Pesquisa Rodoviária CNT 2007 divulgada ontem pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), apontou uma melhora, pequena, na situação das rodovias em Santa Catarina no comparativo com o ano passado. O estudo desse ano mostrou que quase 70% dos trechos das rodovias catarinenses não apresentam condições de tráfego, percentual 12% menor que o resultado de 2006. Segundo a pesquisa, o estado geral das rodovias é ótimo em 8,6% dos trechos avaliados, bom em 23,4%, regular na maioria deles, 45,7%, ruim em 15,1% e péssimo em 7,1%. A BR-101 foi considerada em bom estado.

Durante 40 dias, 15 equipes da CNT anali- saram as rodovias com base nos critérios de qualidade do pavimento, sinalização e de geometria da via. O estudo também analisou a infra-estrutura de apoio rodoviário, como praças de pedágios, borracharias, balanças, postos da Polícia Rodoviária, entre outros itens. Foram avaliados mais de 87,5 mil quilômetros de rodovias no País – toda a malha rodoviária federal pavimentada, as principais rodovias estaduais e sob concessão.

O estudo constatou que 74,20% (43,6 mil quilômetros) das rodovias sob administração federal apresentaram algum problema no pavimento, sinalização (horizontal ou vertical) ou de geometria da via. Com a inclusão das rodovias estaduais e da malha sob concessão avaliadas, esse índice cai para 73,9% (64,7 mil quilômetros). O melhor entre os trechos que cortam o Estado foi o Curitiba – Porto Alegre, que compreende a BR-101, BR-280, BR-290 e BR-376. O trecho foi o 25º melhor e foi avaliado como bom. O pior trecho em Santa Catarina foi o da BR-282, que liga Florianópolis a Lages: 81º colocado e classificado como re- gular.

Pedro Lopes, presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas no Estado de Santa Catarina, considera a melhora da situação nas rodovias catarinenses muito pequena, apesar dos investimentos que o Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes (DNIT) tem feito em trechos como o da BR-470 e BR-282. Além disso, Lopes chama a atenção para a recente piora no estado das rodovias no último ano. “É preciso cons- cientizar as pessoas dos sérios problemas que o excesso de peso nos caminhões está causando às rodovias. Tem que haver uma fiscalização maior e a implantação e funcionamento de mais balanças”, afirma.

Fetrancesc propõe limitar tráfego de caminhões durante o verão
Os motoristas de veículos de carga pesada serão orientados pela Federação de Transporte de Cargas no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc) a evitar trafegar pelas rodovias catarinenses em horários de pico. Conforme a proposta da Federação, apresentada na segunda-feira no Fórum Estadual de Rodovias, a idéia é limitar o tráfego nas sextas-feiras, das 16h às 21h, e nos domingos, das 16h às 22h. A medida pode ser implantada entre os dias 15 de dezembro e 15 de março de 2008 nas BRs 470, 280 e 101. Participaram do encontro, representantes do Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transportes (DNIT/SC), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria de Estado da Infra-Estrutura (Deinfra) e Sindicato dos Engenheiros de Santa Catarina. Na segunda-feira, haverá nova reunião para finalizar as estratégias.

A medida a ser adotada na alta temporada não é nova e, segundo a Fetrancesc, reduziu o número de veículos nas estradas durante o período que vem sendo aplicado – em 2002. Como a ação é instrutiva e educativa, os ca- minhoneiros que não obedecerem à orientação não serão punidos. No entanto, caso haja congestionamentos nestes horários pré-estabelecidos de “descanso” existe a possibilidade de a PRF intervir e pedir que os motoristas saiam da pista.

Conforme o presidente da Fetrancesc, Pedro Lopes, em edições anteriores as transportadoras têm colaborado com a ação. “Com o aumento da quantidade de acidentes, alguns deles particularmente trágicos, como o caso de Descanso, fica essa imagem pública de que os caminhões são a causa dos acidentes. Essa é uma imagem que não condiz com a realidade e que, claro, não queremos para o setor de transportes”, explica.

Para Lopes, a conscientização deve valer também para os turistas e para quem viaja de carro, no sentido de evitar os horários com maior tráfego de veículos pesados. Ele lembra que nem todas as rodovias terão o tráfego de caminhões disciplinado. Estuda-se a aplicação da medida nas BRs 470, 280 e 101.