Para engenheiro contratado pela Fiesc, investimentos justificam tarifa de R$ 3,97 e abertura das quatro praças de pedágio

O assunto concessão da BR-101 Sul voltou à pauta das autoridades ontem, em reunião realizada na Associação Empresarial de Criciúma (Acic). A novidade dessa vez foi a presença do engenheiro civil Ricardo Saporiti, que foi contratado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) para analisar pontos do projeto.

Conhecer a opinião e obter um estudo feito por Saporiti foi um dos encaminhamentos dados em reunião de autoridades da Região Carbonífera no dia 25 de outubro. A intenção era obter subsídios para elaborar um documento questionando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre a quantidade de pedágios e o preço da tarifa.

Porém, a conclusão apresentada pelo especialista é de que os valores apresentados pela ANTT são compatíveis com os investimentos que a futura empresa concessionária fará no trecho. “Pelo volume de obras, pela quantidade de marginais que serão feitas, pelas adequações de faixas, com 100% de monitoramento da rodovia, esse valor é considerado compatível”, afirma Saporiti.

Os números em questão são as quatro praças de pedágio projetadas para os 220,42 quilômetros da concessão (entre Paulo Lopes e São João do Sul) e o preço da tarifa a R$ 3,97. Já o investimento colocado pelo engenheiro é o valor estimado de aproximadamente R$ 2,9 bilhões em obras que a empresa terá que fazer nos 30 anos de exploração da rodovia.

“Em 2014, a Fiesc já antecipou que se deveria fazer a concessão da BR-101 Sul, porque as rodovias que não têm a concessão acabam ficando sem manutenção”, disse o gerente de assuntos de Transporte, Logística, Meio Ambiente e Sustentabilidade da Fiesc, Egídio Martorano.

“Talvez a gente não tenha atingido a expectativa do Sul, mas a nossa intenção com esse estudo é de colaborar com aspectos técnicos para a reflexão de vocês”, completa Martorano.

Comparação com o Norte

Nas discussões anteriores sobre o assunto se levantou o questionamento sobre a diferença de valor da taxa projetada para o Sul (R$ 3,97) com a que já é praticada no trecho Norte (R$ 2,70). O estudo feito pelo engenheiro levou em consideração as duas situações e explica que a principal obra naquela região ainda não está em execução e que, por esse motivo, o investimento não foi considerado para a cobrança do pedágio.

“Na concessão da BR-101 Norte estava prevista a obra do contorno de Florianópolis, só que os grandes serviços que serão executados naquela obra, que são quatro túneis duplos e mais as pontes, esses valores ainda não foram computados no valor da tarifa. Eles só serão incorporados quando a ANTT aprovar os projetos e orçamentos”, ressalta.