A TRW, multinacional norte-americana, fabricante de peças para ônibus e caminhões enviou nota à imprensa sobre o acidente que envolveu o ônibus da Serrana no dia 31 de outubro em Campo Grande. Como no dia 26 de novembro a fábrica anunciou o recall, ou seja, devolução das peças do lote que foi constatada danificação, o qual pertence a barra de direção que passa por perícia no Instituto de Criminalística, em Campo Grande, a TRW preferiu responder à reportagem por meio de nota na qual diz que vai se posicionar somente após ser procurada pelos órgãos oficiais que seriam a concessionária Serrana e a Justiça.
Fontes do Midiamax no Instituto confirmaram que a peça faz parte do lote danificado.
Leia a nota:
“Em relação a notícias publicadas na imprensa de Campo Grande, relativas a acidente com empresa de ônibus local, a TRW esclarece que em nenhum momento foi oficialmente contatada sobre o acidente e sobre eventual problema em relação a peças de fabricação da empresa. A TRW não dispõe portanto de nenhuma informação oficial sobre esse acidente e não se posicionará sobre o mesmo até que seja, se de fato for, oficialmente comunicada pelas autoridades competentes.”
Acidente
O acidente envolvendo o ônibus da Viação Serrana que atropelou o advogado do Incra, Marcelo Victorio, na região central de Campo Grande, no fim de outubro, foi causado por falhas na fabricação de uma peça que controla o volante do veículo. Fontes do Midiamax no Instituto de Criminalística confirmam que o número da peça coincide com o do lote do produto que a fábrica, a multinacional norte-america TRW pediu o recall. O laudo deve ficar pronto em dezembro, pois os peritos além apurar as condições do acidente fazem testes de resistência na peça.
A ferramenta se chama terminal da barra de direção e fica instalada na parte inferior do assoalho do veículo. Custa R$ 100,00, é fabricada pela TRW, multinacional norte-americana, e foi trocada 13 dias antes do acidente, ocorrido no dia 31 de outubro.
A fábrica anunciou em seu site (www.trw.com.br) o recall das peças fabricadas no período de 12 de novembro de 2007 a 06 de dezembro de 2007 com código de data de fabricação de 04 dígitos de 3167 a 3407. Essas peças deverão ser substituídas.
Não houve quebra da peça, como chegou a ser noticiado nos dias próximo ao acidente. O terminal é unido por um encaixe, que se soltou. A peça é quem sustenta os movimentos do volante.
Serrana
Hoje, o assessor jurídico da Serrana, Fernando Friolli disse ao Midiamax que a empresa só deve se posicionar sobre o assunto após a conclusão do laudo, em dezembro. “Se a peça que está no Instituto de Criminalística for do mesmo lote do recall fica esclarecido o acidente, mas se não for, ainda não é responsabilidade da empresa”, defende-se.
Mais de R$ 200 mil já somam a dívida da família da vítima com o hospital paulista. A Serrana depositou R$ 40 mil e foi acionada na Justiça. Com a informação de que a fábrica pediu o recall de um lote o qual a peça causadora do acidente faz parte, a concessionária acredita que deve ficar livre da dívida e que a vítima peça a indenização a TRW.