Os pais de João Hélio Fernandes Vieites, 6 anos — morto brutalmente no dia 7 de fevereiro —, vão entrar na Justiça contra o governo estadual e a montadora do carro em que estava o menino, cobrando indenização. Segundo Gilberto Fonseca, advogado da família, o ressarcimento poderá ser estipulado em até R$ 1 milhão.
O advogado afirmou que deverá ingressar com a ação até o fim do mês, quando acredita que o processo contra os acusados do assassinato poderá estar concluído. “Um dos acusados já tinha prisão decretada, mas por um descuido do estado estava na rua”, justificou Gilberto. “Além disso, acho que temos que cobrar os direitos que nos são negados”, completou. Sobre a fabricante do carro, ele explicou que estudos mostram que o cinto de segurança do banco de trás do veículo, no qual João ficou preso, era impróprio.
Ontem, Rosa Cristina Fernandes e Elson Vieites, pais de João Hélio, não foram encontrados para comentar a ação. Segundo o irmão de Elson, Hélio Vieites, o casal estava em Juiz de Fora para participar de passeata contra a violência: “A questão da indenização é secundária. Eles não sabem o que farão com o dinheiro e só discutirão isso após o julgamento. As prioridades são a luta para que a Justiça condene os bandidos e a defesa da paz”.
A assessoria de imprensa do Palácio Guanabara informou que o governo aguarda o fim do processo. A montadora do veículo preferiu não comentar o assunto.
O caso será julgado na 1ª Vara Criminal de Madureira. Além de Carlos Eduardo, 23 anos, respondem pelo crime Diego Nascimento da Silva, 18; Carlos Eduardo Toledo Lima, 23; Thiago Abreu Matos, 19; e Carlos Roberto da Silva, 21. O menor também acusado de participar do crime recebeu da 2ª Vara da Infância e da Juventude a sentença de internação.
MEMÓRIA: JOÃO HÉLIO FOI ARRASTADO POR 7 QUILÔMETROS
O drama da família começou na noite de 7 de fevereiro, quando Rosa Cristina foi parada por bandidos em um sinal de trânsito na Rua João Vicente, em Oswaldo Cruz. Ela estava no Corsa da família com os dois filhos — o pequeno João Hélio e Aline, de 14 anos.
Seguindo as ordens dos criminosos, Rosa Cristina e Aline saíram do carro, mas não conseguiram retirar o menino. Quando a mãe foi pegar o filho, que usava cinto de segurança no banco de trás, os bandidos arrancaram com o veículo. João ficou preso pelo cinto e foi arrastado por sete quilômetros.