Segundo o jornal Cidade de Bauru, a família do motorista do Golf que colidiu com um ônibus na manhã de ontem em Cascavel (PR) não acredita, em hipótese nenhuma, que o fato de estar dirigindo na contra-mão, com os faróis apagados e estar passando por problemas de relacionamento com a namorada, sejam indícios de um suicídio.
O acidente, ocorrido às 6h30, feriu 20 pessoas e provocou a morte de mais seis, inclusive a do próprio motorista do carro, Luiz Fernando de Ângelo.
Luiz Fernando, 25 anos, deixou a mãe, Maria de Jesus Souza, 46 anos, e a irmã Cláudia Fernanda de Ângelo, 24 anos, ambas moradoras de Duartina. “Ele estava há sete anos em Cascavel, mas vinha sempre nos visitar, nos falávamos quase todos os dias”, lamentou a irmã, que estava a caminho do Paraná para conseguir a liberação do corpo.
Antes do acidente, por volta das 5h30 de ontem, Luiz Fernando chegou a ligar no celular da mãe e da irmã, mas elas não atenderam por estarem dormindo. “Não faço idéia do que ele queria”, disse Cláudia. Segundo informações de testemunhas, Luiz Fernando estaria na contramão e com as luzes do carro apagadas quando bateu de frente com o ônibus da empresa Catarinão Transporte e Turismo, que transportava 37 passageiros de Santa Catarina. Com o impacto, os dois veículos pegaram fogo e algumas vítimas morreram carbonizadas.
Familiares e amigos ouvidos pela reportagem não souberam dizer qual era o destino de Luiz Fernando, que, no momento do acidente, trafegava no sentido Cascavel-Curitiba. “Acho muito difícil ele estar voltando de alguma festa pois Luiz não era de sair. Para o trabalho, ele também não estava indo”, contou um dos amigos (que preferiu não se identificar) com quem Luiz Fernando dividia uma casa há cerca de dois meses, em Cascavel.
Luiz Fernando, que trabalhava numa empresa de pedágio, teria se mudado para essa casa depois de romper o relacionamento com a namorada, com quem morava junto. “Não tínhamos muito contato. Uma das últimas notícias que tive dele era que não estava bem com a companheira e decidiram se separar”, disse o tio, José Roberto de Ângelo, 50 anos.
A possibilidade de suicídio foi descartada pela irmã do motorista. “Ele era uma pessoa estruturada, acredito que estivesse indo viajar e dormiu no volante. Ele era super divertido. Não tinha uma pessoa que ficava ao lado dele sem rir”, falou Cláudia.