Os manifestantes que fecharam a BR-101 Norte nas proximidades do posto de pedágio de Palhoça, na Grande Florianópolis, sábado, prometem repetir a mobilização no próximo sábado e nos seguintes até que a cobrança seja suspensa. O movimento reuniu cerca de 300 moradores no Km 221 da rodovia. O protesto começou às 10h e bloqueou o tráfego nos dois sentidos da rodovia, o que provocou filas.
Desde quarta-feira, 17, motoristas que passam pelo trecho são obrigados a pagar R$ 1,10. Valor desembolsado 12 vezes na última sexta-feira pela empresária Karina Wagner, 26 anos. Karina mora na Praia de Fora, em Palhoça, mas é dona de uma peixaria em Florianópolis.
– Só na sexta eu paguei 12 pedágios! Preciso ir e voltar com frequência à minha peixaria. Estou indignada com essa situação – relatou a participante do protesto.
Karina observou ainda que não é contra o pedágio, no entanto, para ela, o correto seria ele ser pago somente por viajantes.
– Moro a três quilômetros da praça, cada vez que precisar ir ao Centro de Palhoça, também vou pagar.
Um dos organizadores do movimento contra o pedágio, o vereador Leonel José Pereira, disse que o protesto de sábado foi uma grande conquista porque conseguiu reunir moradores, líderes comunitários e parlamentares. Ele afirmou que no próximo sábado haverá um novo ato, marcado para as 9h.
O bloqueio do tráfego causou filas nos dois sentidos da via. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, foram cinco quilômetros de congestionamento no sentido Sul-Norte e 1,5 quilômetro no sentido contrário. A concessionária Autopista Litoral Sul, responsável pela rodovia, não cobrou pedágio até a normalização do trânsito, que ocorreu cerca de uma hora após a liberação das pistas.
O prefeito de Palhoça, Ronério Heiderscheidt (PMDB), foi impedido judicialmente de participar do protesto. A juíza Cintia Werlang, da 2ª Vara Cível da Comarca de Palhoça, acatou o pedido feito pela concessionária da rodovia, a Autopista Litoral Sul, que pertence à OHL Brasil.