Um motorista foi multado a cada minuto pela Polícia Rodoviária, entre sexta e segunda-feira, mas a vigilância nas estradas não impediu nova mortandade durante o Carnaval. Até as 23h de ontem, pelo menos 15 gaúchos perderam a vida no trânsito. Um dos acidentes mais graves aconteceu em Montenegro, no sábado, enlutando duas famílias.

A fiscalização severa não deteve a carnificina, mas contribuiu para reduzir o obituário na comparação com igual período do Carnaval passado. Em 2006, de sexta a terça-feira, foram 20 mortes (chegou a 26 no final do período de festas). A expectativa das autoridades é de que 2007 seja um pouco menos sangrento.

Punir pelo bolso foi uma das táticas para inibir os negligentes e afoitos. Entre sexta e segunda-feira, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Comando Rodoviário da Brigada Militar multaram 5.421 motoristas gaúchos. Foram 56,4 autuações por hora, quase uma por minuto.

– O nosso objetivo não é arrecadar valores, mas prevenir acidentes – observou o chefe de Comunicação da PRF, inspetor Alessandro Castro.

As multas foram causadas principalmente por excesso de velocidade e ultrapassagens perigosas. Além dos 470 policiais, as duas forças rodoviárias dispuseram de 79 radares, entre portáteis, inteligentes e digitais.

A polícia estadual optou pelo corpo-a-corpo junto a motoristas que dirigiam temerariamente ou estavam em atitude suspeita. Abordou 13.551 veículos de sexta a segunda-feira, quase 2 mil a mais do que em todo o Carnaval de 2006. O comandante do Comando Rodoviário, tenente-coronel Pedro Luiz Lima, destacou que as blitze resultaram na apreensão de 130 carteiras de habilitação. Os infratores estavam embriagados, faziam racha ou estavam com a documentação irregular. Cinco deles eram procurados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran), porque têm mais de 20 pontos na carteira e deveriam estar fazendo o curso de reciclagem.

Desastre na BR-386 atingiu duas famílias

Autoridades constataram que as colisões foram as maiores responsáveis pelos acidentes fatais, até ontem. Uma delas, a de Montenegro, envolveu três automóveis e matou Adão Lourenço de Almeida, 62 anos, e Margarida Schmitt, 55 anos.

Os dois viajavam em carros diferentes pela rodovia Tabaí-Canoas (BR-386). Às15h40min, o Gol dirigido por Jorni Schmitt, marido de Margarida, teria aquaplanado e batido no Santana em que estava Almeida, também atingido por um Escort. Com as duas colisões, o Santana pegou fogo. As vítimas tentavam aproveitar o feriadão com suas famílias.