De acordo com o ex-presidente da Associação Nacional dos Detrans e ex-diretor do Detran do Paraná, Marcos Traad, além de punir motoristas, a fiscalização de trânsito poderia concluir o ciclo educacional premiando a boa conduta
A punição dos infratores no trânsito é necessária. Mas, além disso, é preciso pensar numa maneira de promover o reforço positivo para os bons motoristas como forma de reduzir os acidentes de trânsito no Brasil.
Uma ideia foi lançada pelo ex-presidente da Associação Nacional dos Detran e ex-diretor do Detran do Paraná, Marcos Traad, que propõe uma premiação aos motoristas que têm um bom comportamento no trânsito.
Segundo Traad, um exemplo desta inovação seria dar aos motoristas corretos a inclusão desta qualidade claramente identificada em seus prontuários da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
De acordo com Traad, o motorista correto vai se sentir prestigiado, ao obter uma abordagem de fiscalização diferenciada: “Com este reconhecimento o motorista poderá fazer parte de uma grande rede do bem, a ser formada em benefício da coletividade. As boas atitudes de motoristas, e demais envolvidos com o trânsito, devem ser aplaudidas, mesmo que tenham que ser encaradas como um dever de todos”, afirma.
Ele acredita que todos precisam continuar sendo observados e advertidos pelos erros no trânsito. E a fiscalização deveria seguir sendo feita de forma técnica e efetiva, incluindo as atividades contínuas de educação para o trânsito. Mas a fiscalização poderia concluir o bom ciclo do processo educacional inovando ao ter sempre o cuidado de premiar a boa conduta.
Conflitos na atual fiscalização
Marcos Traad, que também já foi presidente da Associação Nacional dos Detrans, diz que o Brasil está passando por momentos conflitantes sobre o real papel dos governos no trânsito, principalmente nas ações de fiscalização. E pergunta: “Será concebível que tenhamos agora a redução da fiscalização por excesso de velocidade, por exemplo? Devemos continuar acreditando que é possível obter habilidades para conduzir veículos de diferentes categorias, oferecendo uma menor carga horária prática? E vamos continuar aceitando que as habilidades para motociclistas, obtidas em pistas de treinamento fechadas e padronizadas, serão suficientes para preservar as suas vidas no trânsito? ”
Além dessas reflexões, Traad afirma que é preciso insistir na busca de investimentos para a área. E as ações devem ter continuidade, e não apenas surgirem em momentos específicos, como no caso da “Semana do Trânsito”. E explica: “Deveria haver uma coordenação central, com ramificações no território nacional, em um amplo projeto que envolva os cidadãos, para que sejam mais respeitosos no trânsito. E também é fundamental que haja recursos financeiros suficientes. E que as atividades educacionais e de orientação, devam ter enfoque especial, como determina o próprio Código de Trânsito Brasileiro”, conclui.
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