Regras diferentes para carros de passeio e carretas é alternativa viável
A sugestão de mudar o limite de velocidade máxima no Anel Rodoviário de 80km/h para 60km/h nos primeiros 8 km da via não vai surtir efeito sem fiscalização. A afirmação é do consultor de trânsito e ex-presidente da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) Osías Batista Neto.
Para ele, a estratégia – sugerida pela Polícia Militar Rodoviária ao Departamento de Infra-Estrutura de Transportes – não é compatível com as características da rodovia. “O Anel tem outro padrão de velocidade. Não é igual a avenidas como Pedro II e Amazonas, que se anda a 60 km/h. Primeiro tem que se fazer cumprir a velocidade de 80km/h para ver se realmente é necessário reduzir no futuro. O que se vê são motoristas andando acima do permitido”, avaliou o consultor. E os impactos da diminuição da velocidade em outros corredores da capital serão mínimos ou nulos, segundo a avaliação do especialista.
Entre as sugestões para tentar reduzir o número de acidentes no trecho entre os bairro Olhos d’ Água e Betânia está a utilização intensiva de radar e implantação de velocidades diferentes para veículos pesados e carros de passeio. “As carretas descem ali a 100 km/h e é claro que numa eventual retenção, vão ter dificuldade de parar. Por isso, poderia se utilizar, além da proibição de tráfego pela esquerda, a diminuição da velocidade para esses veículos. Colocar todo mundo andando a 60 km/h dificulta inclusive a fiscalização”, explicou Batista Neto.
O desrespeito dos condutores aos limites indicados nas placas foi lembrado com o exemplo do que acontece na BR-262. “A redução de 90km/h para 80km/h no trecho até o município de João Monlevade não adiantou nada. As pessoas seguem a 120 km/h porque sabem que os radares estão desligados. Se tivesse fiscalização iria ter respeito.”
Violência
Os 8 km iniciais da rodovia concentram 40% das 15 mortes ocorridas este ano nos 27 km da via. Em 2007, em todo o Anel, foram 29 mortes.