Motoristas recorrem a pequenos aparelhos que apontam presença de câmeras e a velocidade que é permitida para evitar multas
Rio – Os ‘pardais’ estão na mira. Motoristas estão recorrendo a um pequeno aparelho para monitorar radares. São GPS (Sistema de Posicionamento Global), que instalados nos veículos, apontam a presença das câmeras, além de indicarem a velocidade para se passar sem levar a multa. Perdeu, pardal!
O taxista José Eduardo Rodrigues, 48 anos, acredita ter acertado em cheio ao comprar um GPS. Antes de instalar o aparelho, ele levou uma multa na Linha Vermelha e outra no na Praia do Flamengo. Nos dois casos estava menos de 10% acima da velocidade limite. “Foi distração. Mas desde que passei a usar o GPS não tive mais multa”, diz ele, há cinco meses em lua-de-mel com o equipamento.
O preço dos modelos mais populares — à venda nas grandes lojas de varejo — gira entre R$ 600 e R$ 1,2 mil. A função principal desses modelos é a busca de endereços: mostram como chegar a qualquer endereço.
Apesar de ser uma arma contra os pardais fixos e móveis, ou qualquer outra fiscalização eletrônica, os aparelhos não são proibidos. Para melhor visualização, costumam ser instalados no painel do veículo ou no pára-brisa, com o suporte que o acompanha. De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), só são ilegais dispositivos que impeçam o funcionamento dos radares.
O funcionamento é bastante simples. O motorista pode pagar por um serviço de atualização automática (que informa até sobre os móveis) ou ele mesmo cadastrar em seu aparelho os pontos de fiscalização eletrônico. Em Geral, o programa de GPS mais simples não indica os pardais móveis, aqueles eventualmente instalados na rua.
AVISO 30 METROS ANTES
O que o GPS faz não é nada demais. Informa apenas onde estão os radares. A informação é pública e é divulgada no Diário Oficial e nas páginas da Internet dos órgãos de trânsito.
O motorista Luiz Gonçalo, 52 anos, comprou o seu modelo em dez prestações de R$ 79.
Além do serviço de localização de endereços, há indicações de pontos de multa. “A 30 metros, uma voz avisa a aproximação de um pardal”, diz ele, que é descendente de portugueses e recebe a orientação em voz feminina de uma lusitana.
“Os amigos costumam brincar dizendo que ela só avisa depois que eu levo a multa. Mas alguns deles já até compraram o aparelho”, comenta.
SINAL INDICA PONTOS PERIGOSOS
Já vendido em São Paulo, o Golden Eye é específico para localizar os radares. O equipamento passou a ser vendido este mês no Rio. Ele emite sinais de alerta sobre fiscalização eletrônica e aponta trechos perigosos nas estradas.
O aparelho indica a presença de pardais em túneis, passagem de nível e câmeras em faixas exclusivas de ônibus, conta Paulo Tsai, da Alfakar, a distribuidora do serviço.
O aparelho custa R$ 690 e no primeiro ano não se cobra pelas atualizações. “A previsão é que o custo da anuidade fique em torno de R$ 120”, prevê.
O equipamento tem bússola e relógio. O serviço se estende ao Rio, Niterói, Angra, Barra Mansa, Petrópolis, Volta Redonda, Teresópolis, Cabo Frio, Búzios, Campos, Itaboraí, Macaé e Nova Iguaçu.
Paulo conta que equipe vai aos pontos para verificar a presença dos pardais. O programa é atualizado a cada 45 dias. O diretor reconhece, porém, que se os órgãos mudarem a posição do radar, sem informar com antecedência, o motorista pode acabar surpreendido com uma multa.