Obras do Departamento Nacional de Infra-estrutura Terrestre (Dnit), realizadas nas rodovias de Sergipe, podem ficar prejudicadas. Isso porque os servidores anunciaram ontem, durante a paralisação de advertência, a possibilidade de deflagrar greve geral por tempo indeterminado a partir do dia 2 de outubro. O movimento da categoria tem como objetivo principal reivindicar a restituição do plano de cargos e salários. “O governo federal anunciou que o plano de carreiras já se encontra no Ministério do Planejamento. Então resolvemos fazer hoje (ontem), uma paralisação de 24 horas, como forma de advertência, e vamos esperar uma posição do governo.

Caso eles não se pronunciem até o dia 2, vamos entrar em greve”, explicou um dos membros do movimento, José Everaldo de Assis.

Em Sergipe, o Dnit está realizando atualmente três grandes obras. Uma delas é a de duplicação de 14 km da BR-101, entre os trechos que compreendem o quilômetro 77,3 e o 91,6. Essa obra já estava prejudicada por conta das chuvas. Foram cerca de dois meses de serviços paralisados, que só voltaram à ativa no último dia 10. A construção do viaduto de aceso à Aracaju e a nova cobertura asfáltica da BR-101 (recapeamento), em Laranjeiras, são as outras obras que correm risco de paralisação. Ao todo, o Dnit no Estado conta com 32 servidores ativos, que exercem as funções de engenheiros, auxiliares administrativos, contadores, entre outros, fora os terceirizados que atuam nas obras.

Segundo Everaldo de Assis, a categoria espera por uma decisão do governo federal desde o ano de 2005. “Ele nos deu um cala boca com um reajuste de 3%, com a promessa de que entraríamos em outra negociação. Mas, até agora nada”, concluiu ao ressaltar que a luta dos servidores do Dnit é nacional. “A gente espera que o governo tenha bom senso para que não tenhamos que parar as atividades”, declarou. O presidente do Dnit, Otávio Soares, deixou claro que as obras do departamento só serão afetadas se a greve for prolongada.

“Nós não temos obra direta. A mão-de-obra que atua em nossos serviços é contratada (terceirizada). Se for uma greve curta, as obras vão seguir sem maiores impactos. A maioria do nosso pessoal atua na administração interna, faturas da empresa e engenharia”, esclareceu ele.

No entanto, Otávio Soares informa que espera que haja logo uma solução para a situação dos servidores. Isso porque, de acordo com ele, o percentual de obras do Dnit, incluso no Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal, é grande. “O Dnit é o carro chefe do PAC. Se a paralisação for prolongada, o impacto será grande em todo o país. Mas, a gente espera que isso não venha acontecer”, disse.