Depois de muitas horas de negociação, intermediada pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e policiais federais, os índios da etnia enawenê-nawê, de Juina (735 km a Noroeste de Cuiabá), entregaram os corpos dos jovens Genes Moreira dos Santos Júnior, de 24 anos, e Marciano Cardoso Mendes, de 25. A expectativa era de que fossem devolvidos vivos, mas os dois rapazes foram executadas com tiros calibre 22.

Os dois foram sequestrados na última quarta-feira (9), quando “furaram” um bloqueio na BR-174 (que faz a ligação de Mato Grosso com Rondônia), onde os índios cobravam pedágio dos motoristas. Segundo a PF, os índios negaram que tenham praticado o assassinato. Eles alegaram que encontraram os corpos dentro da reserva indígena.

As famílias acreditam que eles foram sequestrados pelos índios depois de um desentendimento no local do pedágio. A Polícia Federal, que investiga o caso, informou que os policiais estavam conversando com as lideranças da aldeia desde esta sexta-feira (11) e haviam dado um prazo para que os corpos fossem apresentados até às 12h deste sábado. Caso contrário, teriam início as prisões de indígenas. Uma das versões é de que os jovens dispararam contra os índios e foram perseguidos e levados para a aldeia, onde foram executados. Outra versão é de que os amigos eram fornecedores de armas e munições à etnia. No dia do sumiço, teria havido um “desacordo comercial” entre eles, o que teria motivado o crime.

Apesar da polêmica, segundo os moradores, os índios continuaram a cobrar o pedágio e até aumentaram o valor. Apesar da medida provisória da Presidente Dilma que proibiu o fechamento de rodovias, publicada durante a paralisação dos caminhoneiros, nada tem sido feito contra os índios que cobram pedágio nesta rodovia federal.