Para anular todo o gás carbônico produzido pela frota de veículos de João Pessoa, a cidade precisaria ter pelo menos 750 mil hectares de árvores, segundo cálculos feitos com base nos dados da Fundação SOS Mata Atlântica (www.florestasdofuturo.org.br). Atualmente, no entanto, esta área de cobertura verde na capital não passa de 11 mil hectares, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam). Todas estas árvores seriam necessárias para absorver 1,5 milhão de toneladas de gás carbônico que a frota de 152 mil veículos lança todos os anos na atmosfera, através dos canos de escape. Este cálculo considera que cada hectare vai ser suficiente para absorver duas toneladas de gás, sendo que esta capacidade pode cair para apenas uma tonelada. Ou seja, a quantidade de área verde necessária para esta neutralização em João Pessoa pode ser o dobro.
Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Antônio Augusto Almeida, além de aumentar a área arborizada da cidade, é preciso pensar outras formas de reduzir o impacto desta poluição na cidade. A primeira delas seria a redução da quantidade de gás que é lançado diariamente no ar, o que pode acontecer não apenas através da redução da frota, mas também da substituição do combustível para tecnologias menos poluentes.
“Se conseguíssemos fazer com que toda a frota de ônibus passasse a utilizar biodiesel, por exemplo, seria formidável, além de que também podemos incentivar a conversão de mais veículos para Gás Natural Veicular (GNV), que é um combustível limpo”, sugere o secretário. Para ele, só esta mudança já teria uma repercussão bastante positiva na qualidade da melhoria do ar que a cidade respira, já que haveria menos gás carbônico sendo lançado. Ele
também enfatiza a importância de campanhas de arborização como a promovida pelo JORNAL DA PARAÍBA e as TVs Cabo Branco e Paraíba que incentivam o plantio de mudas de árvores pela cidade, o que vai ajudar aumentando a fonte de absorção do gás carbônico. A Semam tem uma estimativa de que para garantir conforto ambiental de sua
população, João Pessoa precisaria plantar cem mil mudas nos próximos cinco anos. A meta, no entanto, é de plantar 16 mil até o ano que vem. Mas além das dificuldades técnicas, o órgão também enfrenta a falta de educação da população, que muitas vezes depreda as mudas antes delas terem tempo de se fixarem no solo.