MANAUS – O juiz da 2ª Vara da Justiça Federal, Márcio Luiz Coelho de Freitas determinou que as obras de recuperação da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho (RO), entre o município de Humaitá (a 590 quilômetros a sudoeste de Manaus) e a capital rondoniense, sejam concluídas somente após a apresentação de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do local, feito pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A sentença foi divulgada no último dia 29 de agosto. Até ontem, o Ibama ainda não havia apresentado o estudo e, ainda assim, a obra continua sendo feita. A decisão do juiz foi com base na Ação Civil Pública 2005.32.00.005731-4 impetrada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o Departamento Nacional de Infra-Estrutura (Dnit), ATP – Engenharia Ltda., Contécnica Consultoria Técnica Ltda., Langhi Engenharia Ltda. e Maia e Melo Engenharia Ltda., responsáveis pela obra.
Obras
Em 2005, a juíza da 2ª Vara de Justiça Federal, Marília Gurgel de Paiva e Sales, determinou, através de liminar, a suspensão das obras, alegando que não foi feito um estudo de impacto ambiental antes da licitação para o início das obras. Na liminar, a juíza estabelecia uma multa diária de R$ 10 mil ao Dnit caso as obras não fossem suspensas.
De acordo com a Justiça Federal do Amazonas, a demora na sentença é normal e a liminar expedida pela juíza atendia a uma solicitação do MPF, que alega que a BR-319 possui características peculiares, pois está inserida em uma área de alta fragilidade, o que torna fundamental o Estudo Prévio de Impacto Ambiental.
Esclarecimento
O Dnit, que é ligado ao Ministério dos Transportes, esclareceu em nota que ainda não foi notificado a respeito da sentença. De acordo com o Ministério, está sendo cumprida a decisão expedida pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 1º Região, em Brasília, autorizando a execução dos serviços de recuperação da BR-319, que não pode ser revista por instância judicial inferior. Sendo assim, as obras de recuperação da rodovia serão mantidas.
No último dia 5, a diretoria do Ibama se reuniu com os representantes do Dnit, em Brasília, para discutir os detalhes do Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) para as obras na BR-319.
Projeto
– O projeto para a BR-319 se cerca de todas as medidas necessárias para a sustentabilidade, inclusive contemplando investimentos para recuperação do passivo ambiental da rodovia, implantada na década de 70, observou o diretor geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot.
O coordenador de transportes do Ibama em Brasília, Eugênio Costa, disse que o Dnit vai apresentar o estudo na próxima semana, e “enquanto isso, as obras estão sendo feitas em outros trechos da via”.
-Esse documento já deveria ter sido entregue. Tenho certeza de que será apresentado semana que vem, para que a obra possa ser concluída, explicou.