Rodovias federais foram as maiores responsáveis pela redução de mortalidade

A lei seca freou as mortes de motociclistas nas rodovias de Santa Catarina. De 20 de junho, quando entrou em vigor, a 30 de setembro deste ano, 44 morreram em BRs e SCs que cortam o Estado, um número 25% inferior ao mesmo período do ano passado. Se comparados os dados desde o dia 1º de janeiro, a redução da mortalidade em relação a 2007 é de apenas 8%.

As rodovias federais foram as maiores responsáveis pela diminuição. Enquanto nas SCs, aumentou em cinco o número de mortes desde 20 de junho, nas estradas federais caiu quase pela metade, de 41 para 21.

Nas BRs, a quantidade de mortes sobre duas rodas já vinha apresentando queda, independentemente da lei. De 1º de janeiro a 30 de setembro deste ano, foram 68 óbitos, contra 99 em 2007.

Para Vilson Bossei, inspetor e chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a redução é conseqüência da lei porque “antes a tendência era aumentar o número de óbitos com o aumento da frota”.

Bossei conta que antes da vigência da lei, quando comparado um mês isolado de 2008 com o mesmo do ano anterior, havia um aumento de 5% nas mortes nas rodovias federais. Depois da lei, Bossei afirma que houve um redução de 5%.

O aumento da fiscalização também é outro motivo da redução. Bossei ressalta que a PRF no Estado é uma das que mais fiscalizava as BRs, antes mesmo da lei. Mas que após a vigência, o trabalho foi intensificado e que os próprios motoristas começaram a mudar de atitude.

No primeiro semestre deste ano, 335 pessoas foram detidas nas rodovias federais por embriaguez. No mesmo período de 2007, foram 279 casos assim.

Apesar de a Lei Seca ter impactado positivamente no trânsito catarinense, o inspetor ressalta que a falta de atenção continua sendo o principal motivo de acidentes nas BRs e que com os motociclistas não é diferente. Além disso, Bossei diz que apesar de a as pessoas mortas em acidentes com motos, estarem usando os equipamentos corretos, não há capacete que resista a uma batida forte.

Traumatismo craniano é a principal causa de morte

Presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego de Santa Catarina (Abramet-SC), Guilherme Guerreiro da Fonseca revela que 95% das mortes de motociclistas em acidentes têm como causa o traumatismo crânio-encefálico. Fonseca também informa que a maioria dos acidentes com motocicletas no Brasil ocorre com homens entre 16 a 24 anos.

Nas rodovias estaduais, quando analisado apenas o número de motociclistas mortos, o quadro manteve-se estável, depois da vigência da Lei Seca. Entre 20 de junho a 30 de setembro deste ano, 23 pessoas morreram em acidentes com motos e motonetas. Em 2007, foram 18 vítimas fatais.

No entanto, dados divulgados pela Polícia Militar Rodoviária Estadual (PMRv), em setembro, mostraram que após a lei o número de mortes de todo tipo de condutor por acidente nas rodovias estaduais diminuiu 39,77%.

Para chegar a esse percentual, a PMRv comparou 82 dias antes e depois do dia 20 de junho deste ano. De 29 de março a 19 de junho (antes da lei), foram 88 mortes. Já do 20 de junho a 10 de setembro (após a lei), foram 53 óbitos.