O secretário de Estado dos Transportes, Mauro Arce, admitiu que não há soluções de curto prazo para o caos observado nas rodovias Anchieta e Imigrantes na virada do ano. As viagens para o litoral chegaram a demorar sete horas nos dias de maior fluxo de veículos. Ciente de que os transtornos em Praia Grande e São Vicente devem se repetir no Carnaval, Arce se reúne na terça-feira com representantes da Ecovias, da Polícia Rodoviária e da Agência Reguladora dos Transportes (Artesp) para traçar estratégias capazes de minimizar o desconforto para motoristas e moradores.
– Claro que não há nenhuma medida estrutural que vá dar resultado imediato – adiantou o secretário, em tom de resignação, no início da noite da última quinta-feira.
Segundo a Ecovias, 1 milhão 13 mil veículos transitaram pelo Sistema Anchieta/Imigrantes (SAI) entre o Natal e o Réveillon, número 5,08% superior ao verificado no mesmo período de 2006/2007.
Referindo-se às obras viárias que poderiam aumentar as opções para os motoristas, principalmente no retorno ao Planalto, Arce disse que todas essas opções só atenuariam o problema:
– Com a quantidade (atual e futura) de carros, quando essas medidas ficarem prontas (essas novas opções viárias) já estarão superadas.
Opções descartadas
Arce considerou cara a substituição dos seis semáforos que travam a Rodovia dos Imigrantes no trecho entre a Ponte do Mar Pequeno e o Viaduto Mário Covas, além de prejudicar os moradores de diversos bairros de São Vicente.
O secretário também descartou a construção da Estrada de Parelheiros devido ao custo para vencer a Serra do Mar, estimado em cerca de R$ 1,5 bilhão. Essa alternativa viária interligaria o Litoral Sul diretamente à zona sul da Capital, evitando que os turistas com destino a Peruíbe, Itanhaém e Mongaguá usassem o SAI.
– Hoje, não haveria uma concessionária disposta a investir nesse projeto devido à sazonalidade no tráfego, que se concentraria no verão. Esse projeto só se viabilizará economicamente se o Porto de Peruíbe se concretizar – resumiu o chefe da Secretaria dos Transportes.
Arce também demonstrou certa descrença quanto à obtenção das licenças ambientais para a construção de uma alça de acesso interligando a Via Expressa Sul ao sopé da Serra do Mar, em Cubatão.
Essa proposta foi apresentada pelo prefeito Alberto Mourão, de Praia Grande, como forma de minimizar os congestionamentos na Via Expressa Sul e na Avenida Marechal Mallet. Essas vias ficam intransitáveis no final dos feriados devido ao excesso de carros no retorno ao Planalto.
Arce descartou ainda a hipótese de liberação do pedágio na Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, em São Vicente. O pagamento dos R$ 4,20 nessa praça é apontado por muitos motoristas como um dos fatores que inibem a utilização da Manoel da Nóbrega e justificam a preferência dos condutores pela Via Expressa Sul, que acaba congestionda.