As primeiras tratativas para o asfaltamento do trecho que faz parte do eixo sul da RSC-471 ocorreram na década de 50. A professora aposentada Elaine Fossa Barcelos encontrou o recorte de um jornal de Encruzilhada do Sul, de 18 de outubro de 1953, com o título “Uma realidade”. Ela conta que o ex-deputado Adalmiro Moura, na época, possuía uma ligação forte com os políticos do município e encaminhou um telegrama ao presidente do PSB local, Sílvio Mota. Na correspondência, o parlamentar informa que a Assembléia Legislativa aprovou emenda, baseada em seu projeto bem fundamentado, para o asfaltamento do trecho de Encruzilhada do Sul até Rio Pardo.

Vários governos passaram pelo Palácio Piratini e a cada campanha as promessas se renovavam. Elaine Fossa conta que a rodovia passou a se chamar Estrada da Eleição. No início da década de 80, o ex-governador Jair Soares fez a promessa ao ex-prefeito Antônio Carlos Mesquita de que daria andamento à obra. O serviço começou em 1982, entre Pantano Grande e o distrito de Monte Castelo. O asfaltamento ocorreu de forma gradativa, em pequenos trechos. Elaine recorda de um episódio com o ex-governador Alceu Collares. Em uma visita que faria ao município para inaugurar o serviço em um dos trajetos, no início da década de 90, as professoras estaduais se vestiram de preto para protestar contra os baixos salários. Para evitar confrontos, Collares não foi até a cidade.

As obras de readequação ao programa Corredores de Exportação entre Pantano Grande e Encruzilhada do Sul, iniciadas em setembro de 2002, voltaram a trazer transtornos aos usuários com a paralisação na metade de 2004, após o final dos recursos do financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Líderes dos dois municípios chegaram a fazer protestos no trecho devido às precárias condições de trafegabilidade. O serviço foi retomado em outubro de 2007.

A construção do trecho de 36 quilômetros entre Encruzilhada do Sul e a localidade de Boa Esperança teve a autorização de início do governador Antônio Britto e foi terminada no governo de Olívio Dutra. Deste local, com exceção da Variante Ambiental pelo Arroio Abranjo, a conclusão de parte das obras nos 25,3 quilômetros aconteceu no governo de Germano Rigotto. A finalização da ponte sobre o Rio Camaquã também ocorreu na administração de Rigotto. Os 35,16 quilômetros até o entroncamento com a BR-392, em Canguçu, ficaram prontos na gestão de Olívio Dutra.