O alerta não é novo, mas se agravou nas últimas semanas. A RSC-471, entre Santa Cruz do Sul e Sinimbu, voltou a se tornar uma ameaça para os motoristas que trafegam pelo trecho de 20 quilômetros. Por praticamente todo o caminho existem buracos que expõem a situação de abandono e o descaso com uma das principais estradas do Vale do Rio Pardo.
Em alguns pontos os desníveis têm mais de 20 centímetros de profundidade com até um metro de extensão e exigem perícia dos motoristas para evitar acidentes. Há partes onde é necessário trafegar pela pista contrária a fim de se desviar da buraqueira. No Distrito de Rio Pardinho, em Santa Cruz do Sul, estão os maiores defeitos, mas não é preciso rodar muito para se notar a falta de conservação. Logo que se entra no primeiro quilômetro da estrada próximo ao trevo da RSC-287 já se sente os solavancos, que seguem por praticamente todo o trajeto.
Somente em pontos isolados, como nas proximidades da ponte sobre o Rio Pardinho, onde no ano passado um jovem morreu em acidente de moto, o asfalto ainda aparece conservado. Neste local foi realizado recapeamento total da pista, mas nos demais locais somente ocorreram ações emergenciais.
IMPORTANTE
Pela rodovia passam diariamente dezenas de veículos e caminhões responsáveis por transportar carregamentos de fumo para as indústrias, insumos usados na lavoura e mercadorias comercializadas em municípios como Sinimbu, Herveiras e Gramado Xavier. Mesmo assim, somente são desenvolvidas ações pontuais, como tapa-buracos que não duram mais de um mês. Nesta semana equipes do Daer espalharam massa asfáltica em alguns trechos próximos ao trevo com Santa Cruz. Entretanto, o movimento de veículos acabou removendo o material e, mais uma vez, expôs as crateras.
E o pior de tudo é que não existe perspectiva de melhorias. A reportagem da Gazeta do Sul entrou em contato com a assessoria de imprensa do Daer nesta sexta-feira, mas até o fechamento desta edição não havia obtido retorno quanto a possíveis obras. Moradores dos municípios vizinhos também estão ansiosos por uma resposta. Quando a governadora Yeda Crusius esteve em Santa Cruz, o prefeito de Sinimbu, Mario Rabuske, e uma comitiva de lideranças do município entregaram um ofício pedindo o completo recapeamento da RSC-471, entre Sinimbu e Santa Cruz. Até agora, no entanto, não foram tomadas providências.
MOBILIZAÇÃO
O manifesto entregue à governadora Yeda Crusius serviu de alerta. Representantes da Câmara de Comércio e Indústria de Sinimbu (Cacis), já pensam em promover um manifesto com maior intensidade. Por enquanto a possibilidade de fechamento não é avaliada, mas a entidade pretende intensificar a cobrança por providências junto ao governo do Estado.
O prefeito de Sinimbu, Mario Rabuske, defende uma obra mais abrangente. “Temos uma situação de grande risco para todas as pessoas que passam pela estrada. Ainda existem os prejuízos para a economia dos municípios”, afirmou.
O presidente da Cacis, Laudério Staub, também reclama do descaso. “Mais dois meses e não vamos ter nem por onde passar. A estrada está se desmanchando”, diz. Nesta sexta-feira ele conversou com o deputado estadual Heitor Schuch para pedir providências. “Precisamos de apoio de pessoas ligadas ao governo para conseguirmos alguma coisa.” Ele também espera contar com o apoio da Prefeitura de Santa Cruz, que já avalia uma reivindicação junto ao governo estadual.