Pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que mais da metade das rodovias no Paraná apresenta algum tipo de deficiência. As equipes percorreram 6.731 quilômetros no estado e 55,76% (3.753 quilômetros) receberam as classificações regular e ruim. Foi analisado o estado geral de conservação, levando em consideração as condições do pavimento, sinalização e geometria da via. O estudo também analisou a infra-estrutura de apoio, como a presença de borracharias, praças de pedágio, balanças, postos da Polícia Rodoviária, entre outros fatores. Os outros 2.978 quilômetros (44,24%) foram classificados como bons.
A Pesquisa Rodoviária CNT 2006 avaliou 100% da malha rodoviária federal pavimentada e também os principais trechos sob gestão estadual e sob concessão. Durante 39 dias, 15 equipes avaliaram 84.382 quilômetros de rodovias em todo o país.
Da malha pesquisada este ano, 10,8% (9.097 km) obtiveram classificação Ótimo; 14,2% (11.991 km) Bom; 38,4% (32.410 km) Regular; 24,4% (20.561 km) Ruim e 12,2% (10.323 km) Péssimo. Ou seja, as rodovias brasileiras continuam ruins, péssimas ou regulares em 75% de sua extensão. No ano passado, esse total era de 72%.
Tapa-buraco
Ao apresentar o resultado da pesquisa de campo, realizada entre os dias 28 de junho e 5 de agosto, o diretor da CNT, Flávio Benatti, afirmou que a operação tapa-buraco realizada pelo governo não promoveu melhora da malha rodoviária, principalmente porque, segundo ele, praticamente não houve investimento na sinalização das rodovias recentemente.
Benatti, que representou o presidente da CNT, Clésio Andrade, suplente do senador eleito Eliseu Resende (PFL), em Minas Gerais, negou que a apresentação dos resultados da pesquisa durante o período eleitoral tenha conotação política, e destacou que o objetivo da pesquisa é o de mostrar as condições das rodovias, que fazem com que o setor enfrente “baixa rentabilidade” e um “ambiente de trabalho hostil”. Para a CNT, o avanço em relação a 2005 foi apenas uma transferência de trechos com avaliação péssima para regular.