BELÉM (PA) – Desde as 22h de ontem (6), moradores de Tomé-açu, no nordeste paraense, interditam a rodovia que dá acesso ao município para forçar o poder público a resolver a situação do quadro político da cidade. O prefeito eleito Carlos Vinícius não pôde assumir seu cargo, pois sua vice, Hilda Taketa, foi impugnada pela Justiça Eleitoral de Concórdia do Pará.
Segundo informações da equipe do DIÁRIO que se encontra no local desde a madrugada desta quarta-feira, mais de 500 manifestantes bloqueiam a ponte sobre o rio Acará-Miri, com a ajuda de representantes das comunidades indígenas Tembés. Eles bloqueiam a passagem de veículos com toras de madeira e só deixar passar ambulâncias ou veículos de resgate. Homens das Polícias Civil e Militar estão no local para garantir a segurança e evitar focos de tensão.
No centro da cidade, servidores públicos suspenderam suas atividades temendo a depredação dos prédios. Câmara Municipal, Prefeitura e até hospitais estão de portas fechadas e são protegidos por policiais.
Às 15h de hoje, uma reunião entre representantes de entidades de classe, sindicatos de trabalhadores rurais, de madeireiras e das policias civil e militar pretendem definir em caráter de urgência como ficará a situação do município. Para evitar problemas, o encontro acontecerá no município de Quatro Bocas, distante 20 quilometros de Tomé-Açu.
A SITUAÇÃO
A insatisfação dos moradores é consequência da não efetivação de Carlos Vinícius (PMDB), prefeito eleito na última eleição com 2.404 votos à frente de Francisco Eudes (PSDB), gestor anterior e candidato à reeleição. A Justiça Eleitoral de Concórdia do Pará impugnou Hilda Taketa, candidata à vice-prefeita na chapa de Carlos Vinícius, sob a alegação de a candidata ser dirigente de uma rádio local e não ter se desincompatibilizado da função. A Justiça em Tomé-Açu julgou suspeição no pedido de impugnação, por isso o processo foi transferido para a cidade de Concórdia do Pará. Na decisão que seria restrita à Hilda Taketa, somente, foi estendida a Carlos Vinícius, impossibilitando de ser empossado.
Para garantir os direitos políticos de Carlos Vinícius, a assessoria jurídica do político protocolou, na terça-feira, dois mandados de segurança. Um para tornar sem efeito a escolha do presidente da Câmara Municipal de Tomé-Açu, José Alírio da Costa Tavares. O outro, por descumprirem o regimento interno da Casa de Leis que determina a votação para a escolha da mesa em dois turnos e não convocarem oficialmente todos os vereadores. A qualquer momento a juíza Marinez Arrais deverá se manifestar sobre o caso. Mais informações em instantes.