Aqueles que precisam visitar a região Centro-Serra com toda a certeza pensam ultimamente pelo menos duas vezes antes de encararem a buraqueira existente nas rodovias de acessos. Motoristas e cidadãos, moradores ou não dos municípios desta área, alegam que falta força política eficiente para obter a solução. A má situação financeira do Rio Grande do Sul é apontada pelos órgãos responsáveis pela manutenção das estradas para as dezenas de promessas de conserto frustradas até agora.

A entrada principal para o Centro-Serra é a RS-400, entre Candelária e Sobradinho. A rodovia, mesmo depois de diversos tapa-buracos, encontra-se em precárias condições de trafegabilidade. A estrada é a via de maior reclamação por parte dos motoristas. Os primeiros quilômetros a partir de Candelária são os mais críticos, sendo bastante difícil desviar da seqüência de buracos que podem chegar a 10 centímetros de profundidade.

Outra opção para chegar à região é a VRS-18, entre Espumoso e Salto do Jacuí, passando por Alto Alegre e Campos Borges. Mas o asfalto também está praticamente sem condições de tráfego: primeiro pela extensa quantidade de buracos e depois pela falta de acostamento.

BLOQUEIO

Parte da RS-347, entre Ibarama e Sobradinho, está em obras. Depois de vários anos, inclusive com muitas manifestações dos moradores dos dois municípios, a conclusão do percurso está prevista até o final do ano. O Daer determinou ontem o bloqueio total e temporário do quilômetro 6 ao quilômetro 10,9. Os motoristas devem fazer o desvio pela estrada de Linha Brasileira. O objetivo é acelerar o trabalho de pavimentação dos cinco quilômetros no trecho. O serviço encontra-se na etapa de execução da base com macadame (a base é fase anterior ao revestimento e que dá estrutura à pista de rolamento – macadame é o material pétreo definido pelo projeto de engenharia para constituir a base).

O bloqueio não atinge os ônibus das linhas de transporte regular de passageiros, que podem trafegar pelo trecho em obras. Outra exceção é que, em caso de chuvas e a conseqüente paralisação dos trabalhos, o bloqueio é retirado, liberando o deslocamento para todos os veículos. A previsão é de que a etapa de execução da base determinará a interdição até o final de outubro, dependendo do andamento dos trabalhos e de condições climáticas favoráveis à realização dos serviços.

Entre Ibarama e Agudo, o caminho deve ser percorrido por estrada de chão. Até Cerro Branco, via Lagoa Bonita do Sul e Serraria Scheidt, o percurso com cerca de 50 quilômetros também é por trecho sem pavimentação. Os buracos são propícios a acidentes, além da existência de enormes pedras ao longo da estrada.

Entre Sobradinho e Arroio do Tigre, a RSC-481 está em situação semelhante à RS-400. Neste trecho o Daer realiza uma operação tapa-buracos com o pouco material asfáltico de que dispõe. Na RSC-481, no percurso entre Arroio do Tigre e Estrela Velha, o asfalto está em boas condições.

REPAROS EM BURACOS MAIORES

De Salto do Jacuí até Arroio do Tigre a estrada está em boas condições. De Arroio do Tigre até Sobradinho, onde o estrago assume grandes proporções, uma equipe do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) realizou pequenos reparos na pista na segunda-feira. Segundo o encarregado do grupo de revestimento, Paulo Giovane da Rosa, o serviço é apenas “para quebrar o galho”, pois não havia material suficiente para realizar toda a operação “tapa-buraco”. “Precisamos escolher os maiores e os locais onde podem ocorrer acidentes até que não saia a verba para o conserto total”, relatou.