TRAGÉDIA: Grave acidente com seis veículos na BR-116, em Capão Alto (SC), na sexta 13, deixou cinco mortos, que viajavam num Fiat Uno, uma delas é a Missa Alagoas Mundial, Adrielle Oliveira, de 19 anos. Fotos: Divulgação

A média mensal de vítimas nas rodovias federais vem aumentando desde que o governo decidiu mudar sua política com relação aos radares. A média de mortos nos três primeiros meses do ano, com todos os equipamentos ligados, foi de 398 mortos. No período de agosto a outubro, essa média já estava em 446. E foi a partir de 16 de agosto que a PRF deixou de multar nas rodovias federais porque o presidente Bolsonaro determinou o recolhimento de todos os radares portáteis.

Desde o fim dos radares, em agosto, motoristas não são mais multados pela PRF por conta de excesso de velocidade nas rodovias federais. Ilustração: SOS Estradas

Devido à decisão judicial, o governo tem até o dia 23 de dezembro para colocar novamente em operação os radares portáteis da PRF. O que não é garantia de que os policiais irão multar porque isso depende de operações específicas. O aumento de mortos e feridos é considerável, levando-se em conta que em 2018, segundo a PRF, 743 pessoas morreram nas rodovias federais em função de acidentes cuja principal causa foi o excesso de velocidade. Considerando a média de praticamente 50 mortos a mais por mês, é possível estimar que ao longo de 12 meses teríamos 600 mortos a mais do que os 743 registrados no ano passado.

Considerando que não há nenhuma modificação na política de segurança viária nas rodovias federais que permitisse justificar este aumento, a não ser o desligamento e recolhimento de radares, o aumento de mortos em acidentes em 600 pessoas ao longo de 12 meses, em que a velocidade pode ter sido a principal causa, pode ser estimado em 85%. No mesmo período, seriam 6.000 feridos a mais. Números sem precedentes na história da segurança viária no Brasil.