Ocorrência foi registrada em Imbituva (PR), em março deste ano. Carro da vítima fatal estava parado na pista por conta de obras e foi arremessado contra caminhão após médico não frear; ele estaria embriagado. MPPR recebeu o inquérito e tem 15 dias para analisar e informar se irá denunciar ou não
A Polícia Civil do Paraná indicou um médico por homicídio doloso por causar um acidente (sinistro) que provocou a morte de um homem, de 26 anos, na BR-153, em Imbituva, nos Campos Gerais do Paraná, em março deste ano.
Segundo o laudo da Polícia Civil, o médico estava embriagado e, portanto, assumiu o risco de matar. Ele foi preso durante atendimento médico após o sinistro, em 14 de março deste ano. Na ocasião, o carro da vítima estava parado na rodovia, devido a obras num trecho de operação ‘Pare-e-Siga’, e o veículo conduzido pelo médico não freou, atingindo violentamente a traseira do carro do jovem, prensando o carro contra a traseira de uma carreta.
De acordo com a Polícia Civil, após decisão da Justiça, o motorista passou a responder o processo em liberdade. O delegado Thiago Andrade informou que no local da ocorrência não foi encontrado nenhum sinal de frenagem. No indiciamento também foi ressaltada a característica “praticamente reta” da pista no local – o que permitia a visualização da fila pelo médico.
A polícia também considerou o depoimento de testemunhas e o fato de latinhas de cerveja serem encontradas dentro do carro. Agora, o Ministério Público do Paraná (MTPR) decide se vai oferecer denúncia contra o médico. Em caso de acusação e condenação por homicídio doloso, a pena pode chegar a 20 anos de prisão.
Testemunhas
Segundo Andrade, uma testemunha relatou à polícia que era costume do médico sair do trabalho e ingerir bebida alcoólica dentro do carro antes de viajar.
Já outra pessoa afirmou que conversou com o indiciado momentos antes do acidente. Durante a conversa, percebeu que ele estava alterado e chegou a pedir que ele não fosse para a rodovia e descansasse em Imbituva.
O médico não quis ficar e saiu com destino a Irati, na região central do Paraná. No trajeto, aconteceu o acidente.
O motorista se recusou a fazer teste do bafômetro, mas teve a suspeita de embriaguez ressaltada por policiais rodoviárias federais. No hospital, ele também se negou a fazer exame de sangue.
A polícia suspeita que a atitude tenha sido tomada com base em conhecimentos médicos para não comprovar a embriaguez ao volante.
MPPR
O Estradas manteve contato com o Ministério Público do Paraná (MTPR) para saber detalhes do caso.
Por meio de sua assessoria de Comunicação, o MPPR informou que “o inquérito policial foi remetido ao MP, que tem o prazo legal de 15 dias para análise dos elementos colhidos e eventual oferecimento de denúncia”.
Matéria atualizada às 15h com a resposta do MPPR