Matérias do jornal O Globo revelam defeitos de fabricação do modelo Classe A, que teriam sido omitidos dos consumidores e órgão de defesa do consumidor, o DPDC. Entretando, livro de 2003 de Rodolfo Alberto Rizzotto, editor do www.estradas.com.br já revelava que o Ministério da Justiça estava investigando a empresa por omitir defeitos em caminhões e ônibus. Os documentos internos chamados Ações de Saneamento, informam em detalhes os defeitos e procedimentos a serem adotados. Segundo Rizzotto, problemas no Classe A já eram conhecidos, inclusive o recall branco, agora revelado. ” O importante dessa matéria é que está mostrando depoimento de funcionários em açãõ na justiça. É hora de realizarmos uma CPI do Recall, porque esse caso não é único, investigações mostrarão que outras empresas tem procedimento semelhante.


Segundo a matéria de hoje de O Globo, a Mercedes-Benz do Brasil orientou suas concessionárias a revisarem a bomba hidráulica do modelo Classe A durante as revisões programadas sem avisar aos proprietários.

A estratégia, tratada em correspondência interna da montadora em janeiro de 2002 – a que o GLOBO teve acesso -, foi acertada em e-mail trocado entre os departamentos de Engenharia, em Juiz de Fora (MG), e de Assistência Técnica de Automóveis, em São Paulo. No diálogo, dois funcionários dizem ter uma instrução técnica pronta para fazer preventivamente a calefação da bomba hidráulica da direção.

“Já tenho uma IT pronta para calefação do módulo (preventivo). Está em stand-by com a chefia pelo alto custo. Precisamos urgentemente formar um grupo multidisciplinar para darmos uma solução para o tema”, diz a mensagem.

Proprietário diz que houve um recall branco
A prática foi comprovada em 2003 por Paulo Faustini, que, sem ser informado, teve a peça de seu Classe A limpa e calafetada para evitar a infiltração de água, um problema do carro não admitido pela Mercedes.

– Era uma manobra para esconder o defeito – disse Faustini, alegando que houve um “recall branco”, um conserto preventivo sem comunicação prévia e condenado pelos órgãos de defesa do consumidor.

Procurada, a montadora não comentou o caso.

Documentos em poder do Ministério da Justiça – e obtidos pelo GLOBO -mostravam a troca de correspondência entre funcionários da empresa, de 2001 a 2006, reconhecendo existência de uma “epidemia de falhas” e pedindo orientação para “eliminar um problema que está crítico”. Entre os defeitos, estava um problema com a bomba hidráulica, que da dava instabilidade ao veículo.