São Paulo – O Ministério Público Estadual (MPE) decidiu reabrir ação para investigar as curvas mal projetadas ou sem sinalização da cidade de São Paulo, que representam riscos de graves acidentes aos motoristas. A apuração foi arquivada em 2002, com uma lista de 250 pontos problemáticos. Oito anos depois, a promotora Maria Amélia Nardy Pereira, da Habitação e Urbanismo, quer saber se a Prefeitura já corrigiu os problemas.

O engenheiro de Tráfego Sérgio Ejzenberg vistoriou alguns dos endereços do Programa de Correção de Curvas Perigosas enviados ao MPE pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Nos sete locais – seis vistos in loco e o sétimo, na Avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi, por meio de fotografias -, Ejzenberg fez medições de raio e geometria e concluiu que em apenas um caso houve intervenções que melhoraram a situação.

Um dos pontos problemáticos fica na frente do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. Ali, o guardrail está amassado, sinal de que muitos carros não completam a curva.

O único ponto problemático que passou por intervenção e agora dá segurança aos motoristas, na opinião de Ejzenberg, é a esquina da Rua Dr. Zuquim com a Capitão Rabelo, na zona norte. Ali, na subida antes da curva, foi instalada uma lombada eletrônica que obriga os motoristas a reduzirem a velocidade. No local também foram colocadas placas de velocidade máxima permitida.

Os demais locais, segundo ele, ainda precisam de obras e sinalização. Entre as curvas vistoriadas, a mais perigosa, na opinião do especialista, foi a alça de acesso da Ponte do Limão para a Marginal do Tietê, sentido Rodovia Ayrton Senna, na zona norte. Durante a meia hora em que a reportagem e o especialista permaneceram no local, 15 veículos fizeram o percurso cantando os pneus. Em apenas um dos casos a derrapagem era visivelmente proposital e provocada por motorista imprudente.

Em só uma das curvas perigosas, na Avenida Ataliba Leonel com a passagem para a Rua Mimosa do Sul, em Santana, na zona norte, há sinalização adequada, segundo o engenheiro. “Ainda assim há um grave problema de sobrelevação da pista”, diz.