Os tão sonhados 51 quilômetros de asfalto que ainda faltam para ligar Mato Grosso ao Pará pela BR-163 podem finalmente sair do papel. A afirmativa foi dada na tarde de quarta-feira (26.09), em Brasília, ao secretário de Estado de Infra-estrutura, Vilceu Marcheti, pelo Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, durante uma audiência no gabinete dele.

As obras da rodovia, cujos recursos estão inseridos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) já foram licitadas, mas atualmente encontram-se paralisadas por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que questiona a licença ambiental.

Durante a audiência o secretário falou ao ministro sobre a importância deste asfalto para o Estado e argumentou sobre a mudança de classe da rodovia que vem sendo cogitada pelo Ministério.

“A rodovia foi planejada para ser classe 4, mas ela não sai do papel porque querem transforma-la em classe 2 para ficar igual ao Pará. Sinto em dizer ministro, mas para refazer todo o projeto de alteração da classe, bem como o estudo de impacto ambiental para conseguir a licença, vai demandar muito tempo e a 163 não sairá do papel como planejou o presidente Lula “, disse o secretário.

Diante da argumentação de Marcheti que disse ao ministro que a classe 4 atende sim, às expectativas do Estado, o Alfredo Nascimento se mostrou solicito e sinalizou positivamente ao andamento da obra.

“Diante do que o senhor está me dizendo secretário, se o Estado der andamento ao processo para obtenção da licença ambiental deste asfalto e consegui-la, eu autorizo a construção em classe 4”, disse o ministro.

Depois da resposta positiva o secretário entrou em contato com o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) para pedir ao órgão uma atenção especial ao processo de licença ambiental para o trecho e mais agilidade junto ao Ibama.

DIVISÕES RODOVIÁRIAS

As rodovias brasileiras são dividas por classes técnicas. A definição de diferentes classes atende à necessidade de adequação, de forma econômica, do volume de tráfego misto previsto para cada situação em particular.

A hierarquia entre diversos projetos materializada através das diferentes Classes considera também as funções exercidas por estradas para cada situação. A estes fatores estão associadas às dificuldades de execução decorrentes da configuração do relevo.

Na classe 4, na qual o trecho de 51 quilômetros de Guarantã do Norte até a divisa com o Pará está inserido, a pista deve ser dupla e conter sete metros (3,5 para cada lado). Além disso ele deve ter 1,5 metros de acostamento para cada lado, totalizando 10 metros de largura.

Na classe 2 as rodovias também são duplas, com 3,5 metros de pista para cada lado, mas se diferencia pelo tamanho do acostamento que é de 2,5 metros, o que no final fará com que a largura total da pista fique com 12 metros.