Lombada, duplicação, viaduto, qualquer medida que faça o motorista a reduzir a velocidade é bem-vinda. Bauruenses que vivem próximos à rodovia Bauru-Iacanga pedem uma solução urgente para o trecho urbano da via, que se tornou um verdadeiro “corredor da morte”. Anteontem, um acidente no local matou três pessoas – duas na hora e uma foi internada, mas não resistiu aos ferimentos.

Menos de uma hora antes da colisão fatal de domingo, duas pessoas ficaram feridas em dois acidentes simultâneos que envolveram cinco carros e uma motocicleta. Neste ano já morreram sete pessoas na rodovia. No ano passado, foram cinco mortos. A população aponta falta de cuidado dos motoristas também contribuiu para tantos acidentes.

O trecho urbano da da rodovia Bauru-Iacanga, a Cesário José de Castilho, é de três quilômetros. Ele começa no quilômetro 344 e se estende até o 347. A Base do Policiamento Rodoviário de Bauru atende a rodovia do quilômetro 344 mais 700 metros, na Vila São Paulo, até o quilômetro 409 mais 908 metros, próximo à barragem de Ibitinga.

Nesses 65 quilômetros, 29 pessoas já morreram nos últimos cinco anos, em 291 ocorrências com vítimas.

Os três quilômetros da rodovia que cortam Bauru geram muitos problemas para os moradores da Quinta da Bela Olinda, Colina Verde, Jardim Pagani, Núcleo Nova Bauru, Jardim Ivone e Vila São Paulo, que ficam nas margens da via. No local, existe apenas um trevo de acesso para a Vila São Paulo e Quinta da Bela linda. Mas para facilitar o acesso aos bairros, foram abertas entradas, muitas vezes em locais inadequados. O entra-e-sai de veículos da rodovia acaba aumentando a possibilidade de acidentes no trecho urbano da rodovia.

O frentista e responsável pelo caixa de um posto de combustíveis próximo ao trevo da Vila São Paulo, Pedro Saulo José Thomaz, já perdeu as contas dos acidentes que viu no local. “Esses dias, um Uno atropelou um menino. Outra vez vi um carro bater em um homem, que foi arremessado no ar”, relata. Para ele, enquanto uma obra para melhorar o trânsito na Bauru-Iacanga não é feita, é preciso pelo menos adototar alguma medida para reduzir a velocidade no trecho urbano. “Talvez um quebra-molas, daqueles bem acentuados desse algum jeito por enquanto”, sugere.

Thomaz ainda ressalta a falta de responsabilidade dos motoristas. “Não respeitam as placas de sinalização, os limites de velocidade. Por isso tem acidente direto”, avalia. De acordo com o Policiamento Rodoviário, com a exceção da alça de acesso à rodovia Marechal Rondon onde a velocidade máxima permitida é de 40 quilômetros por hora, o trecho urbano da Bauru-Iacanga tem velocidade máxima de 60 quilômetros por hora. Para garantir a segurança no local, uma viatura do Policiamento Rodoviário patrulha constantemente o trecho.

Outra reclamação dos moradores é a quantidade de animais que circulam pela rodovia, colocando a segurança dos motoristas em risco. O comerciante José Wilson Domingos conta que uma vez voltava de moto para a Vila São Paulo, quando um ônibus atingiu um cavalo. “O cavalo veio rodando e bateu na minha perna. Tive que ir para o acostamento“, lembra.