
Com visual renovado e melhor aerodinâmica, modelo traz também suspensão mais sofisticada para brigar com a Ninja 400
A nova Yamaha YZF-R3 2020 chega ao Brasil com mudanças importantes desde seu lançamento em 2015. O novo modelo, que é líder de vendas entre as concorrentes do mesmo padrão, se renovou depois de a Kawasaki Ninja 300 evoluir para a Ninja 400.
Depois que foi anunciada, no início deste ano, a saída do mercado da Honda CBR 500R, essa categoria ficou bem focada apenas nesses dois modelos, e com uma ampla vantagem atual em vendas para a R3 sobre a Ninja 400.
Sonho mais acessível
Concretizar o sonho de ter uma moto parecida com as da MotoGP é para poucos. Modelos como uma Ducati Panigale V4 ou uma Yamaha YZF-R1 são distantes para a maioria não só por causa do preço, mas também pela técnica de pilotagem que exigem e pela necessidade de um local adequado para desfrutar dos seus mais de 200 cavalos de potência.
Por isso, as “pequenas” acabam preenchendo esse espaço no imaginário dos motociclistas com modelos mais acessíveis em preço e pilotagem. Com freios ABS de série, como exige a legislação atual, a YZF-R3 custa R$ 23.990 na versão de entrada nas cores azul e preto fosco.
Para os amantes de corridas, a montadora oferece uma versão com a pintura “Monster Energy MotoGP Edition” por R$ 24.990.
Com a renovação, a moto ficou R$ 700 mais cara em comparação ao modelo 2019. Com falta de mais concorrência, R3 e Ninja 400 têm valores altos para a faixa de cilindrada que se encaixam.
Confira as novidades da R3 2020:
- Visual renovado;
- Suspensão invertida na dianteira;
- Faróis e luzes de posição de LED;
- Novo tanque mais largo em 31,4 milímetros;
- Guidão 22 mm mais baixo;
- Mesa superior redesenhada;
- Painel 100% digital.
Esportiva para todos
O primeiro contato do G1 com a R3 2020 foi na pista da Fazenda Capuava, em Indaiatuba (SP). Foi uma boa oportunidade para levar a moto ao máximo do rendimento e também saber como ela se sai em uma condução mais tranquilona.
Como grande destaque, a R3 impressiona pela facilidade de condução. Apesar do visual bem invocado, ela é amigável em termos de pilotagem para praticamente qualquer motociclista, mesmo para os mais iniciantes que querem se sentir como Valentino Rossi.
Sua ergonomia foi alterada, com o guidão 22 mm mais baixo, dando mais esportividade para a pilotagem sem comprometer o conforto para deslocamentos corriqueiros.
Com o novo desenho do tanque, que está mais largo, o piloto também fica mais bem encaixado. No entanto, o volume de 14 litros de combustível foi mantido.
O único “porém” é que pessoas com mais de 1,80 m de altura podem se sentir um pouco “apertadas” na R3, principalmente porque as pernas ficam flexionadas em demasia.
Veja como a R3 mudou:
Antes


O novo visual da R3 não teve fins apenas estéticos. Com o conjunto renovado de carenagens e nova bolha dianteira, a moto ficou 8 km/h mais rápida.
Mas os números de velocidade final da moto não são divulgados, como é de praxe das montadoras. Pode parecer que 8 km/h a mais é pouco, mas faz uma grande diferença, ainda mais em circuitos. Na reta da pista deu para chegar aos 150 km/h com facilidade.
Motor não muda
Como o motor de R3 se manteve o mesmo em relação ao modelo anterior, esse rendimento superior é todo fruto da nova aerodinâmica.
Com 2 cilindros e 321 cc, o motor é o mesmo da MT-03 — versão naked (sem carenagens) da R3 . Ele rende 42,01 cavalos de potência a 10.750 rotações por minuto e 3,02 kgfm de torque a 9.000 rpm. Seu ronco é bem agradável, mesmo sendo de baixa cilindrada.
Claro que, na disputa direta com a Ninja 400, a R3 sai em desvantagem nesse ponto. O motor é menor e de menos potência que o da rival, mas não desaponta em seu rendimento. Oferece bom torque já em baixos giros, o que garante diversão na pista e conforto em deslocamentos urbanos.
Só é preciso usar bem o câmbio de 6 marchas, sendo as primeiras bem curtas, para poder aproveitar o melhor do bicilíndrico.

Suspensão invertida é diferencial
Ao invés de investir em um novo motor, a Yamaha decidiu refinar mais o conjunto da R3. Além das mencionadas melhorias de aerodinâmica e do posicionamento do piloto, a pequena esportiva ganhou uma suspensão dianteira do tipo invertida.
É um sistema de amortecimento visto mais comumente em motos maiores. A Ninja 400, por exemplo, não conta com suspensão desse tipo. Nem mesmo a CBR 500R a tinha.

Esse tipo de suspensão é montada, literalmente, de cabeça para baixo na motocicleta, deixando o conjunto mais leve na região da roda, além de garantir mais firmeza no guidão.
No circuito, deu para sentir como a R3 tem uma leveza para trocas de direção e inclinação nas curvas, mas sem comprometer a estabilidade. Para completar, a suspensão invertida ainda dá um visual mais parrudo para a moto.
Painel melhora a visualização
Outra novidade para a linha 2020 da R3 é o seu novo painel, que passa a ser 100% digital. Na antiga, ele era misto, com informações digitais e analógicas.
Apesar de ser bem simples, o painel ficou fácil de ser visualizado, ainda mais com a chegada da “shift light”, que avisa ao piloto o momento certo de fazer a troca de marchas.
Conclusão
Mesmo depois da chegada da nova geração da Ninjinha, a R3 continua na liderança absoluta entre as pequenas esportivas.
De janeiro a agosto de 2019, a Yamaha vendeu 842 unidades da moto, enquanto a Kawasaki alcançou 623.
Como agora a R3 evoluiu bastante, apesar de não se tratar de uma nova geração, a expectativa é que seu reinado (em vendas) continue com tranquilidade.