Tratorista sem habilitação e visivelmente bêbado, segundo a polícia, foi para a Rondon com Fusca e se acidentou

Botucatu – O condutor de um Fusca com placas de Pardinho foi preso em flagrante pelo Policiamento Rodoviário de Botucatu (100 quilômetros de Bauru) acusado de dirigir embriagado, o que provocou o capotamento do veículo na rodovia Marechal Rondon (SP-300).

De acordo com a Base do Policiamento Rodoviário de Botucatu, a situação se agravou para o tratorista M.A.M.(somente as iniciais do nome foram divulgadas), 35 anos, porque, além de não possuir habilitação ou permissão para condução de veículos, encontrava-se, segundo os policiais, visivelmente embriagado.

Os policiais relataram para o JC que sentiram forte odor etílico e perceberam que o tratorista estava com sonolência, fala mole e movimentos desordenados.

Diante dos fatos, a ocorrência foi encaminhada ao Plantão Policial de Botucatu, onde foram realizados exames clínicos no condutor do Fusca, cujos resultados teriam confirmado o seu estado de embriaguez.

Ele foi autuado em flagrante por dirigir o veículo embriagado e conduzido à Cadeia Pública de Botucatu, onde ficará à disposição da Justiça.

No veículo também havia um passageiro que ficou levemente ferido devido ao capotamento.

M.A.M. trafegava com o veículo pelo quilômetro 240 mais 500 metros da Rondon, no sentido Botucatu-Anhembi, quando veio a capotar o automóvel, no final da manhã do domingo.

Punição
Uma equipe interdisciplinar coordenada por médicos do Hospital das Clínicas de São Paulo deu a largada na última semana a um ambicioso e polêmico programa de treinamento de policiais rodoviários de todo o Estado para o diagnóstico de abuso no consumo do álcool ao volante.

O objetivo da campanha é “driblar” as limitações de alcance do bafômetro, seja pela falta de aparelhos (são apenas 20 disponíveis no território paulista) ou pela aplicação facultativa do instrumento que afere a concentração alcoólica no sangue – o suspeito tem respaldo legal para não produzir provas contra si.

Para atestar a condição de embriaguez dos condutores, os 4 mil patrulheiros que monitoram os 24 mil quilômetros de estradas estaduais estarão aptos a aplicar “provas” nas quais identificarão os elementos que caracterizam a perda dos reflexos para a direção dos veículos. Poderão ainda fazer autuações com base no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e tirar de circulação potenciais causadores de acidentes.

À frente da iniciativa está uma das autoridades brasileiras nos estudos dos riscos do álcool no trânsito, a fisiatra Júlia Maria D’Andréa Greve, que deu alternativas à recusa do motorista de ser avaliado. “Mesmo se o motorista se recusar a soprar o bafômetro, o policial pode arrolar duas testemunhas e dizer que aquela pessoa está embriagada por apresentar tais sinais visíveis. É importante que os policiais tenham mais segurança em seu trabalho de fiscalização”, afirma, em entrevista exclusiva à Associação Paulista de Jornais (APJ).

A professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e diretora do Departamento de Álcool e Trânsito da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) faz uma defesa veemente do rigor na fiscalização nas estradas. O mutirão pela segurança nas pistas, denominado “Zero Álcool”, é inspirado na lei 11.275, de fevereiro de 2006, que permite a punição do infrator mediante provas visuais e testemunhais.

O projeto-piloto começou a ser aplicado na quarta-feira nas rodovias do sistema Castello Branco-Raposo Tavares, sob concessão da ViaOeste, que encampou a proposta e ofereceu suporte para o acompanhamento periódico dos seus resultados.