O motorista Leonardo Faria Hilário, de 24 anos, que dirigia a carreta que provocou o acidente no Anel Rodoviário, onde cinco pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas, deve se entregar a Justiça na quinta-feira. De acordo com o advogado Geraldo Washington Batista Júnior, que defende o caminhoneiro, ele vai se apresentar às 10h30 na sede do Governo Estadual ou no Departamento de Investigações.

Leonardo foi solto na madrugada desta quarta-feira, depois que a Justiça concedeu liberdade provisória a ele. Nesta tarde o desembargador Alberto Deodato Neto, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) revogou, liminarmente, a decisão do I Tribunal do Júri de Belo Horizonte. O magistrado determinou, ainda, a expedição de um mandado de prisão e seu imediato cumprimento.

A promotoria do Ministério Público solicitou a revogação da liberdade provisória alegando que a decisão que a concedeu teria sido impertinente. Segundo o desembargador, a “revogação da prisão só é possível quando sobrevêm fatos novos, o que não ocorreu no caso”.

A decisão desta quarta-feira foi uma liminar no pedido de habeas corpus. O mérito será julgado, oportunamente, pelo desembargador Alberto Deodato e mais dois desembargadores da 1ª Câmara Criminal.

Liberdade

O motorista Leonardo Faria Hilário deixou o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira na madrugada desta quarta-feira, depois de uma decisão judicial. Ele estava detido desde o dia do acidente que envolveu 16 veículos, no Bairro Betânia, Região Oeste de Belo Horizonte. O caminhoneiro foi autuado em flagrante por homicídio doloso eventual, aquele em que o agente não quer diretamente o resultado, contudo assume o risco de produzi-lo.

De acordo com os laudos da Polícia Civil, a carreta trafegava a 115 quilômetros por hora no momento do acidente. Nesta quarta-feira, Leonardo negou essa informação e afirmou que estava a 60KM/h. Emocionado, disse não se sentir responsável pelas mortes no acidente. “Perdi o freio. Tentei desviar dos carros que vi pela frente tentando achar espaço para o caminhão, mas quando parou já tinha acontecido o acidente”, disse Leonardo.