Motoristas e centenas de pessoas residentes na divisa dos estados de Rondônia e Amazonas voltaram a denunciar domingo (29/07), altas tarifas cobradas pela empresa Rondonave Navegações, na balsa que faz a travessia do rio Madeira, e as péssimas condições de trafegabilidade da BR 319. “Toda vez que venho aqui sou obrigado a pagar uma tarifa de R$ 6,90 para fazer a travessia de um veículo Gol. Os caminhoneiros reclamam que a tabela é leonina e não sabemos a quem recorrer para que sejam revistos esses preços”, reclamou a motorista Rosária Maria.

A reportagem constatou o péssimo estado da BR 319. Num dos únicos locais onde é possível estacionar e parar com segurança, o restaurante do Júnior Miúdo, ponto intermunicipal de ônibus, no quilômetro 100, caminhoneiros e motoristas de veículos disseram à reportagem: “Uma viagem no trecho de 200 quilômetros entre Porto Velho-RO e Humaitá-AM é uma aventura.

A 319 é transitável com segurança apenas até o quilômetro 100. Nos outros 100 quilômetros (até Humaitá) é preciso fazer malabarismo para não cair dentro do solo lunar ou milhares de crateras existentes nas duas pistas. Nós desconhecemos os motivos que levam o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes-DNIT a ignorar o estado lastimável dessa importante rodovia, que deveria já estar sendo recuperada e asfaltada, conforme promessas do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento”

FALTA SINALIZAÇÃO NA BR 319

Além das crateras, da poeira no verão e o lamaçal no inverno, é constatável a falta de sinalização na BR 319. Em vários trechos as placas de sinalização desapareceram. Os perigos aumentam no período noturno. Onde é possível aumentar a velocidade para 120 quilômetros, existem pontes fora do eixo e estreitas, curvas fechadas. O matagal invadiu o acostamento da rodovia.

Caminhoneiros que transportam cargas com destino a Humaitá, Lábrea, Apuí questionam a ausência quase completa da Polícia Rodoviária Federal-PRF: “Às vezes um caminhão carregado quebra uma ponta de eixo, uma mola mestra ou tomba dentro dessas crateras. E se o motorista sobrevive, ainda enfrenta variadas dificuldades para pedir socorro porque a BR 319 possível trechos literalmente isolados, abandonados por pessoas que residiam nas suas margens. Daí a necessidade de maior atuação da PRF, até para combater assaltos e ações de bandos ou quadrilhas de ladrões de cargas ou assaltantes”, disse um caminhoneiro.

Segundo fontes do Dnit, as obras de recuperação e asfaltamento da BR 319 teriam sido iniciadas a partir da ilha do Careiro, em Manaus e estariam sendo desenvolvidas na direção e sentido até Porto Velho. Quanto à PRF, consta que estaria atendendo ocorrências e exercendo fiscalização entre Porto Velho-Humaitá.