O Instituto de Pesos e Medidas de Minas Gerais (Ipem-MG) começou na segunda-feira a aferição dos taxímetros de 6.016 táxis que rodam em Belo Horizonte, Contagem, Ribeirão das Neves e Ibirité. O objetivo é corrigir irregularidades nos aparelhos e ajustá-los às novas tarifas do serviço. O valor do quilômetro rodado foi reajustado em 10,18% no começo do mês. As inspeções serão feitas até 23 de março, em oficinas credenciadas pelo órgão. A convocação segue o algarismo final das placas. A maratona começou com filas e muitas queixas dos profissionais, que reclamam das taxas e do tempo de espera.

Para fazer a aferição, os taxistas precisam comparecer à regional do Ipem em Belo Horizonte, à Rua Jacuí, 3.921, no Bairro Ipiranga, na região Nordeste, para a verificação dos itens de segurança do veículo, como freios, pneus e equipamentos obrigatórios, e a retirada do lacre que protege o taxímetro contra violação. O atendimento vai das 8h às 17h, mas só é feito mediante agendamento prévio, pelos telefones 0800-335-335 e (31) 3426-2385. O profissional recebe uma guia de recolhimento bancário, no valor de R$ 30, que pode ser paga em qualquer agência bancária. Só depois é encaminhado a uma das oficinas que fazem a modificação no aparelho.

O procedimento leva pouco mais de meia hora e consiste na troca do chip que armazena os dados sobre preço, distância percorrida e hora parada, entre outros. O serviço custa em torno de R$ 85 nos seis estabelecimentos credenciados. Na segunda-feira, havia fila em cinco deles, que ficam na Rua Jacuí. Os veículos de praça paravam em fila dupla, congestionando o trânsito. A falta de agentes da BHTrans para fiscalizar o trânsito aumentava ainda mais a confusão.

Feita a substituição do chip, o taxista deve fazer o teste de pista, que comprova se o aparelho está funcionando normalmente. Este ano, a prova foi transferida para a Via 240, no Bairro Aarão Reis, região Norte de BH. Em seguida, deve retornar ao Ipem para receber o lacre e o certificado que atestam a regularidade do taxímetro. O diretor-geral do órgão em Minas, Tadeu Mendonça, avisa que quem descumprir os prazos está sujeito a multa mínima de R$ 450.

No Ipem, a fila dobrava quarteirão no começo da tarde. O tempo de espera, em alguns casos, chegava a uma hora e meia. A expectativa era de que pelo menos 350 táxis passassem pelas inspeções. A categoria reclamava – e muito – da espera. Ivan Souza Braga, de 39 anos, perdeu o dia de trabalho na maratona. “Sou auxiliar e, faturando ou não, pago R$ 70 ao proprietário do carro. Vou ficar com esse prejuízo”, queixou-se. A aferição custa R$ 115 e o valor cobrado pelas oficinas vem subindo. O presidente do Sindicato dos Condutores Autônomos (Sincavir), Dirceu Efigênio Reis, diz que a entidade já tentou, sem êxito, negociar com as empresas. “Como o número de credenciadas é pequeno, elas formaram um cartel”, critica.