Usuários de ônibus da Capital, pelo menos nesta semana, ficam
livres da paralisação no setor
Motoristas e cobradores de ônibus suspenderam a assembléia
geral, prevista para amanhã, para analisar a deflagração de
greve no transporte coletivo de Campo Grande. Para afastar o
risco de paralisação antes do aniversário de Campo Grande, no
próximo sábado (26), as empresas ajuizaram dissídio coletivo no
Tribunal Regional do Trabalho (TRT/MS), que realiza a audiência
de conciliação nesta segunda-feira, a partir das 14h.
Como o estatuto do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte
Coletivo Urbano (STTCU) determina a convocação de assembléia
com 72 horas (três dias) de antecedência, nova reunião para
discutir o protesto só deverá ocorrer na sexta-feira ou no
início da próxima semana. Contudo, eles podem deixar para
analisar a possibilidade de cruzar os braços somente após o
julgamento do dissídio coletivo pelos juízes trabalhistas, que
deverá ocorrer em uma semana.
O impasse está no índice de reposição salarial. A Associação
das Empresas do Transporte Coletivo Urbano (Assetur) propôs
reajuste de 3%, mas os 2,5 mil cobradores e motoristas querem
aumento de 15%. Já houve acordo na jornada contínua de 7h, no
pagamento de produtividade de 10% e na manutenção da cesta
básica e do vale gás bimestral. Os empresários alegam que a
redução de 20 minutos na jornada diária representa ganho real
de 4,55% para os trabalhadores.
Iminente
Para justificar o ajuizamento do dissídio coletivo, a Assetur
alegou que a greve era iminente. O vice-presidente do TRT/MS,
juiz Amaury Rodrigues Pinto Júnior, acatou o pedido e notificou
o sindicato dos trabalhadores para a audiência de conciliação.
Após ser intimado pela Justiça do Trabalho, Demétrio de Freitas
decidiu suspender a assembléia porque toda a diretoria será
obrigada a acompanhar o encontro com o magistrado.
Demétrio de Freitas não descarta a possibilidade de fechar
acordo com os empresários sem ouvir os demais cobradores e
motoristas. “Eu tenho autonomia para fechar acordo”, ressaltou.
Ele não fala em percentual, mas, durante as negociações no
Ministério Público do Trabalho, dirigentes sindicais admitiam
que a categoria poderia aceitar reajuste de 4%.
Alívio
A desmobilização dos 2,5 mil cobradores e motoristas de ônibus
traz alívio aos 200 mil usuários transportados por dia na
Capital, que não correm risco de ter o serviço paralisado. O
prefeito Nelsinho Trad (PMDB) já sinalizou ser contra a greve
no setor. No ano passado, o sindicato laboral causou
transtornos à população ao realizar paralisações relâmpagos em
terminais e garagens por até duas horas.
No ano passado, sob o comando de Carlos Lima, afastado do
sindicato pela Justiça, os trabalhadores obtiveram aumento
salarial de 7,5%. A data-base da categoria é o mês de junho.