DER tem proposta para dotar a via de uma rede de assistência que vai socorrer os usuários em casos de emergência. Viaduto de ligação entre bairros é inaugurado

Os 35,4 quilômetros da Linha Verde terão uma rede de assistência aos motoristas em situação de emergência. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG) prepara estudos para contratar, por meio de concessão pública, uma empresa para prestar serviços de reboque, socorro médico e limpeza da via expressa que liga o Centro de Belo Horizonte ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana. O anúncio foi feito na terça-feira pelo diretor do órgão, José Élcio Monteze, na solenidade de inauguração do viaduto de ligação da Avenida José Cândido da Silveira aos bairros Silveira e Nova Floresta, na Região Nordeste.

Segundo Monteze, o modelo de concessão será semelhante ao adotado em rodovias paulistas, mas apenas a prestação do serviço deverá ser privatizada. A operação e manutenção da via continuarão sob a responsabilidade do estado, sem cobrança de pedágio. “Estamos estudando um sistema mais moderno de operação da Linha Verde. Num primeiro momento, não seria uma concessão de nível rodoviário, mas apenas de prestação de serviço, com veículos para socorrer e atender em cima da hora os usuários da via. Estamos analisando uma espécie de assistência mecânica, assim como é feito em São Paulo, e, em breve, vamos apresentar a proposta à Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop)”, disse Monteze. A Setop informou que os custos desses serviços devem ficar a cargo do estado e não haverá cobrança direta ao motorista.

As 12 estradas paulistas incluídas no programa de concessões rodoviárias contam com o serviço de ajuda ao usuário 24 horas por dia, para inspeção do tráfego, socorro médico e mecânico, guinchos leves e pesados, apreensão de animais e limpeza das pistas com carro-pipa. Segundo a Secretaria de Estado dos Transportes de São Paulo, uma frota de 449 veículos fez 5,7 milhões de atendimentos entre 1998 e 2005, nos 3.517 quilômetros de pista sob responsabilidade das empresas concessionárias.

Obras

O viaduto inaugurado na terça é o último do cruzamento das avenidas Cristiano Machado e José Cândido da Silveira. Por ele vão passar 11 mil veículos por dia. Quem está no Bairro Cidade Nova e quer transpor a Cristiano Machado não precisa mais passar pelas pistas em nível. O acesso ao elevado é o mesmo usado por quem segue para o Centro. Em vez de virar à esquerda, o motorista segue direto e entra no Bairro Silveira pela Rua Biaggio Polizzi. No sentido contrário, a travessia continua sendo feita pela trincheira entregue em maio do ano passado.

O viaduto não estava previsto no projeto original da Linha Verde, mas foi autorizado depois de reivindicação da comunidade, que temia prejuízo à comunicação entre bairros. “Nos reunimos e procuramos o governo para evitar que a ligação entre as duas áreas fosse perdida. No Bairro Silveira, temos escolas públicas e uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), que não poderiam ficar inacessíveis aos moradores do Bairro Cidade Nova e vizinhança. Além desse elevado, conseguimos incluir no projeto a alça opcional que sai dentro do Minas Shopping”, contou o coordenador da Comissão Linha Verde Humana e vice-presidente da Associação Comunitária dos bairros Nova Floresta e Silveira, Waldemar Pedro Filho.

Para a conclusão da Linha Verde, falta a entrega dos complexos de viadutos da Avenida Bernardo Vasconcelos e do Anel Rodoviário. No primeiro deles, está sendo construído um elevado em forma de “Y”, com duas alças. Uma dará continuidade à Bernardo Vasconcelos, passando sobre a Cristiano Machado, e acessando a via lateral da avenida em frente ao Minas Shopping. A outra vai ligar a Bernardo Vasconcelos diretamente à pista central da Cristiano Machado. Outro viaduto que está sendo erguido depois do shopping, na altura da Via 710, vai permitir o retorno para o centro e para o bairros sem a necessidade de semáforos. A previsão da Setop é de que esse conjunto viário seja finalizado em 60 dias.

As intervenções no cruzamento da Cristiano Machado com o Anel Rodoviário são as mais complexas da Linha Verde. As pistas principais do Anel terão dois elevados, um em cada sentido, com três faixas de rolamento. Outros dois, com duas faixas cada, serão feitos nas vias marginais. Além dos quatro viadutos, mais dois estão em construção: um ligará as pistas da avenida, no sentido bairros-Centro, à Estação São Gabriel, servindo de acesso a cidades como Santa Luzia; outro será exclusivo para ônibus e um terceiro vai absorver o tráfego misto, no sentido Centro-bairros.

Inicialmente prevista para ser concluída em novembro, essa etapa das obras foi atrasada por problemas na canalização do Córrego Cachoerinha e com a desapropriação de um imóvel na região. Mas o secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Fuad Noman, garantiu que a entrega não deve passar de setembro. “Os trabalhos estão avançados e mesmo as partes mais complicadas já estão bem encaminhadas”, afirmou.