O trânsito de Campo Mourão registrou ontem a terceira morte em dez dias. O funcionário público municipal de Roncador, Silvino Burack, 67 anos, morreu após ser atropelado por um caminhão na Avenida Miguel Luiz Pereira. Outras duas mortes aconteceram nos dias oito e 12. O corpo de Baruck foi levado ontem mesmo para roncador onde será sepultado.

O atropelamento aconteceu próximo do Posto Tio Patinhas – na entrada da cidade – por volta das 13h30. Baruck foi atropelado por um caminhão da prefeitura de Campo Mourão dirigido por Paulo Sérgio Slododjan, 29 anos. Logo após o acidente, ele foi para o pátio de um posto de combustível onde aguardou a chegada dos policiais. Em declaração à Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o motorista disse que ficou com medo e que teria saído com o caminhão para acionar o Corpo de Bombeiros. Ele declarou ainda que a vítima entrou na frente do veículo.

De acordo com o comandante do 2º Pelotão da Polícia Rodoviária de Campo Mourão, tenente Joel Guerreiro Martins, pouco antes do acidente uma informação dava conta que havia um homem transitado pela rodovia tentando se jogar na frente de caminhões. O tenente ressalta que uma equipe foi até o local, porém não encontrou nada. “Pode ser que seja o mesmo homem que morreu atropelado”, frisa.

Local perigoso – No local onde aconteceu a morte de ontem é considerado perigoso. Vários acidentes já foram registrados e de acordo com o gerente de posto, João Barbosa de Jesus, 61 anos, já foi solicitado mudança no trecho. Ele diz que várias solicitações foram encaminhadas para os órgãos competentes e que nada foi feito. “Falta sinalização e um trevo. É um local de bastante movimento e se nada for feito, outros acidentes poderão acontecer”, ressalta.

Mortes – A primeira vítima nos últimos dez dias foi o aluno da Apae, Roberto Guelinski, 31 anos, que sofria de problemas mentais. Ele estava de bicicleta, quando foi colhido por um veículo na Avenida Ney Braga, próximo ao cemitério municipal São Judas Tadeu. O acidente aconteceu na noite do dia oito de março. Guelinski chegou vivo no hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

Já na noite do último dia 12, a vítima foi o catador de papel, Aroldo dos Santos, 36 anos. Ele foi atropelando enquanto trabalhava na Avenida Manoel Nogueira, próximo à Viação Mourãoense. Os bombeiros prestaram os primeiros socorros no local e encaminharam a vítima para o hospital, mas não resistiu.

O que mais revolta os familiares e a própria população, é que nesse tipo de acidente, os motoristas envolvidos fogem sem prestar nenhum tipo de assistência às vítimas. Foi assim nos dois primeiros acidentes que provocaram mortes em Campo Mourão. O tenente Carlos Agenor Bueno da Silva, comandante do Pelotão de Trânsito do 11º Batalhão da Polícia Militar de Campo Mourão, diz que quem se envolve em acidente com morte e ainda foge do local, comete dois tipos de crime: omissão de socorro e homicídio. “Mesmo que o cidadão não fuja depois do acidente já cometeu um crime, seja de lesão corporal, no caso de ferimentos ou de homicídio, se houver óbito. Se a pessoa foge está deixando de dar assistência a alguém que ainda poderia sobreviver. É mais um crime de omissão de socorro”, diz o tenente Carlos.

A responsabilidade de investigação nos crimes cometidos no trânsito, principalmente de motoristas que fogem após provocar algum tipo de acidente, é da Polícia Civil. “A PM atua apenas no momento da ocorrência, em caso de acidente. Se o cidadão foge e a PM tiver alguma informação na hora de quem pode ser o envolvido, será feito diligências para prender o cidadão. Mas passado o momento da ocorrência, a competência da investigação e o levantamento de quem cometeu o acidente é da Policia Civil. A gente pega a cópia do Boletim de Acidente, acompanhado de outras informações e manda para o delegado que vai providenciar a investigação”, completa.